CAF apresenta exposição que explora o tarô a partir da perspectiva boliviana

No âmbito da nova edição da Bienal de Cartazes da Bolívia (BICeBé), o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- apresentou a exposição “Tarot- Arcanos Bolivianos”, que estará disponível na plataforma virtual a partir de 11 de março.

19 de março de 2021

O CAF-banco de desenvolvimento da América Latina- laçou a exposição on-line Tarot- Arcanos Bolivianos. O evento de lançamento ocorreu na última quinta-feira, 11 de março, nas plataformas do Facebook e YouTube do CAF e da Bienal de Cartazes da Bolívia (BICeBé), com abertura de Gladis Genua, representante do CAF na Bolívia, que destacou a importância de gerar espaços de divulgação para artistas emergentes e mostrar a identidade cultural dos países.

A exposição foi idealizada e constituída por Hermes Peredo, designer gráfico e tarólogo, no âmbito da 10ª edição do BICeBé. O evento foi organizado pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, em colaboração com a Bienal de Cartazes, Designers Gráficos Bolívia e a Fundação Áurea.

“Esta exposição não é apenas de cartas, personagens ou representações; é uma linguagem de símbolos que nos fala de um contexto sociocultural e psicológico. Espero que o público acesse com o ímpeto de fazer perguntas e que permita que os arcanos promovam um questionamento interno”, expressou Peredo, promotor do projeto.

O tarô clássico de Marselha é dividido em 22 arcanos maiores e 56 menores. Os 22 arcanos maiores são cartas com figuras simbólicas, enquanto os menores são naipes numerados. Inicialmente, o tarô era usado como meio de transmissão de conhecimento filosófico, embora logo tenha dado lugar a uma interpretação esotérica, um método de adivinhação e de prever a sorte. Hoje em dia, em grande parte graças à contribuição do filósofo, cineasta e escritor chileno Alejandro Jodorowski, as cartas de tarô estão ancoradas na psicologia e no misticismo.

 Pode-se dizer que 'bolivianizamos' o tarô para contar uma história, por meio de 22 ilustrações. Cada tarólogo utiliza um baralho com o desenho que melhor representa a forma como se expressa. Uma proposta criativa é apresentada a partir da universalidade dos elementos gráficos que podem ser aplicados nas cartas de tarô, sob inspiração da rica e diversificada cultura boliviana”, afirmou Cecilia Lampo, curadora da galeria.

O objetivo central da exposição virtual, com curadoria em La Paz de Salvador Poma, é gerar uma nova identidade da cultura do tarô, tanto em termos de conteúdo quanto visual, utilizando elementos gráficos representativos das diferentes regiões da Bolívia. Do mesmo modo, essa forma de representação abrirá as portas para socializar esses conceitos arquetípicos em nossa sociedade.

A lista de arcanos segundo sua reconfiguração boliviana começa com a carta do Louco, que expressa inocência e se torna o Peladingo. O Mago dá lugar ao Yatiri; a Papisa, à Doñita; a Imperatriz (o impulso criativo) à Reina del Corso; o Imperador, ao Caporal; e o Papa, ao Chamán. O Amante se torna o Kamote, a Carruagem, o Carretón; a Justiça, a Huasca; o Eremita, o Minero; a Roda da Fortuna, as Alasitas; a Força, na Cholita; e o Enforcado, o Vueltero.

A morte, símbolo de transformação, torna-se a Revolución, enquanto a Temperança, unidade de fé, se traduz em La Virgen De Urkupiña. O Diabo, como esperado, torna-se o Tío; a Torre torna-se o Turbión; e a Estrela se materializa na Bolivianita. Finalmente, a Lua é identificada com a Lunita Camba; o Sol, com nosso Sol Inti; o Julgamento com El Lapo; e o Mundo com a realização do presente: Elay!.

A seleção dos 22 ilustradores participantes é composta por: Omar-Umugus, Armín Castellanos, Cristian Castillo, Diana Val, Valinski, Salvador Pomar, Bruno Rivera y Oscar Zalles, de La Paz; Dennis Rocha, Rocío Terceros y Christopher Rojas, de Cochabamba; Jiyirii Nieme, Cristiane Michel, Mequetrefee, Diana Ramírez, Alejandra Salvatierra, German Schrup, Mariano Aguilera, Hermes Peredo, Estefany  Zambrana y Gabriela Zenteno, de Santa Cruz; Valeria Arancibia, também conhecida como Valinski de Oruro y de Sucre, Merlina Annukaki.

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