CAF debate papel desempenhado pelos serviços financeiros na América Latina

  • A CAF apresentou, em evento com especialistas realizado no Equador, seu sétimo relatório de Economia e Desenvolvimento (RED 2011).
  • O estudo examina o papel das instituições de microfinanceiras no processo de desenvolvimento da América Latina
  • 51,3% das famílias têm conta em alguma instituição financeira, mas apenas 12,3% delas solicitaram crédito.

23 de novembro de 2011

(Quito, 23 de novembro de 2011) O acesso a serviços financeiros é um fator decisivo para o desenvolvimento econômico e o bem-estar da sociedade. É o que diz o Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED 2011), “Serviços Financeiros para o Desenvolvimento: promovendo o acesso na América Latina”, estudo divulgado hoje pela CAF, banco de desenvolvimento da América Latina, no qual especialistas analizam o papel crucial desempenhado pelas finanças no processo de desenvolvimento latino-americano.

A apresentação da publicação foi feita por Hermann Krützfeldt, diretor representante da CAF no Equador, e também por Leonardo Villar e Pablo Sanguinetti, vice-presidente de Estratégias de Desenvolvimento e Políticas Públicas e diretor de Pesquisas Socioconômicas da CAF, respectivamente.

O diretor representante da CAF no Equador destacou que "promover o conhecimento profundo da região, mergulhar nas questões que afetam nossos países e fornecer soluções possíveis, são importantes contribuições da CAF para os processos de desenvolvimento na América Latina. Este estudo concentra-se nas diferentes dimensões de uso de serviços financeiros na região, considerando que o acesso ao crédito é um fator crítico para o desenvolvimento econômico e o bem-estar da sociedade".

Já Leonardo Villar afirmou que o relatório oferece novas informações sobre diferentes dimensões da utilização dos serviços financeiros com base em uma pesquisa realizada pela organização multilateral em 17 cidades da região.

"Os resultados confirmam as estimativas anteriores, que sugeriam um baixo nível de acesso aos serviços financeiros na América Latina. Por exemplo, em média, apenas 51,3% das famílias, em uma amostra de 17 cidades na região, abriram conta em qualquer instituição financeira. O acesso ao crédito é ainda mais escasso: somente 12,3% das famílias solicitaram e possuem uma operação de empréstimo em uma dessas entidades. Estes problemas de acesso se repetem em quase todos os países e cobrem uma grande faixa da população, mas são especialmente graves para os setores mais pobres", explicou Villar.

Pablo Sanguinetti ressaltou a importante contribuição, tanto para levar os serviços a grandes segmentos da população quanto a microempresas da região, que as instituições de microfinanças (IMFs) têm tido. Elas combinam elementos de um banco tradicional com mecanismos financeiros informais e, de certa forma, representam uma resposta de "mercado" para a enorme demanda não atendida pelo sistema financeiro tradicional.

A este respeito, Sanguinetti observou que a "revolução do microcrédito" é baseada em inovações para tornar indivíduos historicamente excluídos aptos à confiança de receber crédito, e representa uma mudança de paradigma na prestação de serviços financeiros.

No entanto, Sanguinetti disse que, apesar dos avanços das microfinanças, o baixo uso de fontes formais de crédito pelo pequeno empresário ainda é uma realidade na região, onde apenas 14% dos microempresários têm contrato de crédito com alguma entidade formal.

O evento, realizado na segunda-feira, 21 de novembro, às 16h30, no Suissôtel em Quito, contou com Pedro Solines, superintendente de Bancos e Seguros; Hermann Krützfeldt, Leonardo Villar, Pablo Sanguinetti. Além disso, Geovanny Cardoso, secretário técnico do Programa Nacional de Finanças, Andres Arauz, diretor geral do Banco Central, Pedro Arriola, gerente geral do Banco Procredit, e Paul Arías, gerente geral da CREDIFE, dentre outros especialistas, que compartilharam sua experiência e conhecimento de uma perspectiva local.

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