CAF e Avina debatem mercados inclusivos para a América Latina

Especialistas de países latino-americanos trocam experiências de negócios inclusivos, como estratégia para promover o desenvolvimento sustentável

08 de maio de 2012

(Lima, 08 de maio de 2012).- Com a finalidade de trocar experiências, metodologias e dar visibilidade a negócios inclusivos, como estratégia inovadora para promover o desenvolvimento sustentável com base no mercado, a CAF, banco de desenvolvimento da América Latina, e a Fundação Avina, reuniram no dia 8 de maio, em Lima, especialistas de países da região e outros 250 participantes no Fórum Internacional “Mercados Inclusivos e Transformação Produtiva na América Latina”.

O Fórum foi inaugurado pela ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social do Peru, Carolina Trivelli, pelo vice-presidente de Desenvolvimento Social da CAF, José Carrera, pelo diretor de Iniciativas Continentais da AVINA, Valdemar de Oliveira, bem como pela diretora executiva do Conselho Nacional de Competitividade, Angélica Matsuda, e a diretora regional da SNV, Reintje Van Haeringen.

Depois de garantir que o governo peruano tem um claro compromisso com o a promoção e o desenvolvimento de negócios inclusivos, Carolina Trivelli assegurou que a missão de seu ministério é garantir que, quando estes mercados estiverem disponíveis, todos os cidadãos possam testá-lo. “O compromisso é que existe uma aposta pelo mercado como organismo integrador e inclusivo”, explicou.

De sua parte, José Carrera defendeu que neste momento o mundo discute e reflete sobre o tema do desenvolvimento inclusivo. Isto se torna importante especialmente na América Latina, onde apesar da experiência na redução dos níveis de pobreza, ainda existem situações como o aumento da desigualdade e da exclusão, além do lento crescimento das cidades em relação ao crescimento dos países, e o incremento no desemprego juvenil.

Carrera explicou que, segundo o Latinobarómetro, 21% dos jovens da região não estuda nem trabalha atualmente. Entre os anos de 2020 e 2025, a população economicamente ativa chegará ao seu ponto mais alto, o que representa um “boom demográfico” que nos permitirá aproveitar uma maior capacidade produtiva.

Neste sentido, Carrera defendeu que a CAF tem um importante papel no enfrentamento destes problemas, e por isso vem apoiando aos países da região financiando projetos nos setores de infraestrutura e educação, mas também projetos produtivos nas zonas de influência de megaprojetos. “Esta ação não é apenas uma política de boa vizinhança, mas um compromisso com a sociedade”, disse ele.

Casos de sucesso

Durante o Fórum Internacional, cerca de 250 representantes latino-americanos, provenientes de instituições governamentais, empresas privadas, organizações da sociedade civil, cooperação internacional e instituições acadêmicas, compartilharam casos de sucesso de negócios inclusivos, criação de fundos de investimento e geração de políticas públicas produtivas na América Latina, com o objetivo de promover a aplicação destes exemplos na região.

Dessa forma, foi criado um espaço de diálogo que permitiu dar visibilidade ao desenvolvimento de negócios inclusivos como dinamizadores das economias locais e regionais, refletir sobre a importância de incorporar estratégias nas políticas de promoção de desenvolvimento produtivo, bem como traçar pontes e alianças entre os três setores para que seja divulgado o intercâmbio.

A palestra de abertura do Fórum, “Negócios inclusivos e valor compartilhado”, esteve a cargo de Dane Smith, diretor da Fundação Strategy Group. Outros temas abordados foram: experiências de empresas que promovem mercados inclusivos, casos de sucesso contados por empreendedores, bem como investimento de impacto como alternativa para a decolagem dos negócios inclusivos de alto potencial, entre outros. Estes painéis estiveram por conta de especialistas da Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Nicarágua , Peru, Suíça e Venezuela.

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