CAF e BICE lideraram fórum regional sobre mercados de carbono, integração e desenvolvimento sustentável.

O encontro reuniu especialistas, líderes governamentais e de organizações internacionais para analisar as perspectivas dessa ferramenta e sua contribuição para a mitigação das mudanças climáticas.

29 de agosto de 2023

CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe e o Banco Argentino de Desenvolvimento BICE lideraram um fórum regional sobre mercados de carbono, integração e desenvolvimento sustentável. O encontro reuniu especialistas, líderes governamentais e autoridades de órgãos e bancos internacionais com o objetivo de analisar as perspectivas dessa ferramenta e sua contribuição para a mitigação das mudanças climáticas.

Participaram do evento Cecilia Nicolini, secretária de Mudanças Climáticas, Desenvolvimento Sustentável e Inovação do Ministério do Meio Ambiente da Nação; Jorge Arbache, vice-presidente do Setor Privado do CAF; Mariano de Miguel, presidente do BICE; Jorge Srur, gerente geral Regional Sul e representante do CAF no Paraguai; José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil; entre outros. A reunião foi realizada em formato híbrido e contou com a participação de mais de mil pessoas conectadas via streaming e presencialmente na sede central do BICE, localizada na Cidade Autônoma de Buenos Aires.

Jorge Srur, gerente geral Regional Sul e Representante do CAF no Paraguai, forneceu detalhes do trabalho realizado em conjunto com o BICE e a importância desse tipo de encontros na agenda climática. "Este é um trabalho de aliança estratégica com o BICE para realizar uma agenda de ação climática e financiamento verde que se tornou uma prioridade para nós." O CAF aprovou uma capitalização do banco, a maior da história, com o objetivo de aumentar a ajuda técnica e financeira para a região com diferentes objetivos, incluindo um especial para a mudança climática. O CAF quer ser o banco verde da região", assegurou.

"Na questão das mudanças climáticas, a América Latina é uma região-solução devido aos seus recursos naturais. Mas devemos transformar esse potencial em uma realidade. É fundamental contribuir para uma maior e melhor participação da região nos mercados globais de carbono como forma de consolidar esse processo. Devemos construir redes sólidas de colaboração para acelerar a transformação do nosso potencial em solução efetiva para o alcance desses objetivos de desenvolvimento sustentável", acrescentou.

Por sua vez, Jorge Arbache, assinalou: "O desafio desde 2015 com o Acordo de Paris nos convoca a trabalhar como investidores para redirecionar recursos em direção ao objetivo de mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Os créditos de carbono se tornam instrumentos importantes para projetos de mitigação." "A América Latina possui um potencial como geradora de créditos de carbono devido ao capital natural que possui e às energias limpas. No entanto, de acordo com um estudo do CAF, apesar do enorme potencial, sua participação no mercado voluntário de carbono é de menos de 20%. É necessário articular entre o setor público e privado e a integração dos países da região para capitalizar oportunidades", ratificou.


"Estamos definindo o rumo que queremos para nosso país nos próximos 30 anos. Na gestão da crise climática, vemos oportunidades para a Argentina e a América Latina como agentes fundamentais no caminho de alcançar o desenvolvimento sustentável", afirmou a secretária Cecilia Nicolini na abertura do fórum. "É necessário nos integrarmos em nível regional e global para negociar com mais poder, reduzindo as assimetrias. A entrada da Argentina no BRICS nos permite valorizar esses temas que estamos discutindo. Esse desenvolvimento deve ser sustentável e inclusivo. Que gere oportunidades, melhores empregos e as condições para viver em harmonia com o ambiente", acrescentou.


Por sua vez, o presidente do BICE, Mariano de Miguel, contextualizou a importância do dia para analisar o problema das mudanças climáticas e como isso afeta os países em desenvolvimento: "É importante trabalhar na integração dos países da região em uma estratégia de desenvolvimento sustentável conjunta, que nos permita evitar ser vítimas dos problemas decorrentes das mudanças climáticas, dos quais não somos os principais responsáveis. Na Argentina, vivemos isso com o grave impacto da recente seca, o que mostra que os efeitos já nos afetam no presente." "Os mercados de carbono podem ser uma oportunidade para nossa região como instrumentos de desenvolvimento sustentável. Não apenas pela possibilidade de financiamento que se abre para as empresas que geram projetos de economia de energia, mas também porque podem contribuir para a cadeia de valor", explicou.

Em nome do Banco do Brasil, o vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial, José Ricardo Sasseron, declarou: "O Banco do Brasil é o banco mais sustentável do mundo, devido às atividades que pratica. Hoje estamos buscando recursos internacionais para recuperar áreas degradadas, a fim de aumentar a produtividade da agricultura e da pecuária, mas sem derrubar árvores. Temos consciência de que precisamos regular o mercado de carbono na região. Temos a maior área florestal. Devemos ver como aproveitar e gerar valor para nossas economias e exportar para o mundo inteiro".

O encontro organizado pelo CAF com o apoio do BICE contou com três painéis onde se discutiu sobre: Perspectiva Global e Tendências do Mercado de Carbono; Desafios na região e Integridade e preços.

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