CAF e New Development Bank estabelecem uma aliança estratégica

O presidente-executivo do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- Enrique García, e o presidente do New Development Bank (NDB), K. V. Kamath, reuniram-se este fim de semana em Washington, acompanhados por suas respectivas equipes de gestão, com o objetivo de estabelecer uma aliança estratégica para explorar novas vias de cooperação.

18 de abril de 2016

O encontro respondeu aos interesses do CAF e do NDB, o braço financeiro do grupo de potências emergentes BRICS, para aprofundar as relações entre o chamado Sul Global, uma aliança de países em desenvolvimento que reflete a crescente influência do mundo emergente na nova ordem global, na qual as nações do BRICS são chamadas a ocupar um papel de relevância.

"Os bancos de desenvolvimento possuem um papel vital na promoção do desenvolvimento com inclusão social e sustentabilidade", disse García. "Como as instituições do Sul Global, o CAF e o NDB têm motivos e interesses comuns e, por isso, explorar as possibilidades de cooperação entre nós é fundamental".

Durante a reunião, realizada no histórico Hotel Mayflower, em Washington, D.C., como parte das reuniões da primavera boreal do FMI e do Banco Mundial, estabeleceu-se a promoção de intercâmbios de informações e melhores práticas entre as duas instituições, levando em conta os progressos que o NDB realizou e os desafios que o CAF enfrenta para financiar projetos na América Latina. 

O encontro faz parte do marco de cooperação Sul-Sul, uma iniciativa que promove uma ampla agenda de cooperação entre os países emergentes no campo político, econômico, social, cultural e ambiental, com o objetivo de compartilhar conhecimentos, experiências e recursos. O aprofundamento desta cooperação nos últimos anos pode ser visto em um aumento no comércio Sul-Sul e nos fluxos de investimento e de transferência tecnológica. 

O New Development Bank, anteriormente conhecido como o banco de desenvolvimento dos países do BRICS, é um banco multilateral, operado pelos Estados do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) como uma alternativa ao atual sistema atual dominado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional.

A missão do NDB é promover uma maior cooperação financeira para o desenvolvimento entre estas cinco potências emergentes e financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável.

Os quatro países que originalmente formaram o grupo do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) dão vida a um mercado de mais de três bilhões de pessoas, o equivalente a 41,4 por cento da população mundial, e representam mais de 25 por cento do Produto Interno Bruto global. 

O banco tem sua sede na cidade chinesa de Xangai e, dentro de sua estrutura, cada país membro tem um voto e nenhum Estado possui o poder de veto.

Até agora, os seus membros são somente os países do BRICS, mas há um grupo de 11 nações que poderiam fazer parte do banco, tendo em vista o seu potencial para que se convertam em grandes economias durante este século, como Bangladesh, Egito, Indonésia, Irã, México, Nigéria, Paquistão, Turquia, Coreia do Sul e Vietnã. 

O CAF, por sua vez, é o banco de desenvolvimento da América Latina para a América Latina. Formado atualmente por 17 países latino-americanos, dois europeus (Espanha e Portugal) e 14 bancos privados, a instituição promove o desenvolvimento sustentável com inclusão social e a integração regional.

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