CAF e WWF firmam parceria para preservação marinha

  • Beneficiada pelo convênio, FENACOPEC reúne 60 mil pescadores artesanais e uma frota de cerca de 4 mil embarcações.
  • Mudança dos anzóis tradicionais por circulares, na frota equatoriana que utiliza espinhel, poderia baixar em até 90% a mortalidade de tartarugas marinhas

01 de maio de 2012

(Quito, maio de 2012).- A CAF, banco de desenvolvimento na América Latina, e a World Wildlife Fund, WWF, assinaram um acordo com o objetivo de elaborar, em conjunto com a Federação Nacional de Cooperativas Pesqueiras Artesanais do Equador (FENACOPEC) e a Escola de Pesca do Pacífico Oriental, um estudo de viabilidade técnica e econômica que permita a troca de embarcações e métodos de pesca tradicionais por outros mais amigáveis ao ecossistema marinho, e que incluam um regime de financiamento viável para que o Governo do Equador o implemente em toda a costa do Pacífico.

“A iniciativa, uma vez implementada de maneira coordenada com as autoridades do país, tem o potencial de ser replicada em outros países pesqueiros da região (Pacífico Sul Oriental), para ajudar a melhorar a qualidade de vida dos habiantes da zona costeira, por meio da recuperação da saúde dos ecossistemas marinhos, dos quais dependem as pessoas”, explicou Hermann Krützfeldt, diretor da CAF no Equador.

A pesca artesanal utiliza o espinhel como uma de suas técnicas de pesca mais populares. Esta técnica consiste em uma linha que pode alcançar vários quilometros de comprimento, e que possui muitos anzóis com iscas para a pesca de atum, peixe agulha, dourado, e outros peixes marinhos. Apesar de sua efetividade, seu uso provoca uma enorme quantidade de pesca não desejada. A cada ano, mais de 4 milhões de tubarões, tartarugas marinhas, aves e mamíferos marinhos são capturados por espinhéis no Oceano Pacífico como resultado da pesca acidental e, muitos deles, são devolvidos ao mar mortos ou prestes a morrer.

A WWF trabalha junto a outros atores setoriais em um programa para reduzir a pesca acidental e, desde 2004, tem introduzido no setor pesqueiro um anzol circular que permite a redução de até 90% da mortalidade das tartarugas marinhas. Estes anzóis são desenhados de tal forma que evitam causar dano desnecessário à pesca não desejada (especialmente às tartarugas marinhas), sendo fácil sua extração. Desta forma, estes animais podem ser devolvidos à água sem maiores danos.

Mediante a proposta de um regime de financiamento efetivo, resultado do estudo de viabilidade a ser apoiado pela CAF, espera-se que os associados da FENACOPEC, bem como outros membros organizados do setor pesqueiro artesanal, individualmente ou coletivamente possam solicitar créditos a entidades financeiras interessadas, tendo acesso desta forma a técnicas de pesca eficientes, a embarcações com melhores padrões ambientais para o setor pesqueiro artesanal, e assim contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos habitantes da zona costeira e diminuir o impacto sobre os ecossistemas marinhos.

Assine nossa newsletter