CAF financia projeto-piloto para promover a sustentabilidade das famílias no Uruguai

Com financiamento do CAF, terá início um projeto-piloto que favorecerá 100 famílias com o objetivo de chegar a ser uma política pública para, assim, ajudar a milhares de beneficiários. Esta iniciativa visa melhorar as moradias em bairros de contexto socioeconômico vulnerável, possibilitando uma forte economia de energia e uma melhoria na saúde, na qualidade de vida e na segurança dos seus habitantes.

19 de abril de 2016

Na sede do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- da capital uruguaia foi realizada a primeira reunião plenária da rede de representantes do Programa de Sustentabilidade de Moradias. Esta iniciativa será executada através de um projeto-piloto, com o apoio do CAF, para beneficiar 100 famílias em dois bairros de contexto socioeconômico vulnerável de Montevidéu. O evento serviu para conectar as diversas agências envolvidas no programa, apresentar os diferentes ângulos de aplicação do programa e definir ideias e desafios frente à sua execução e posterior avaliação. 

Durante o encontro, Gladis Genua, diretora-representante da organização multilateral no Uruguai, destacou que o apoio ao programa faz parte do trabalho que a Direção de Inovação Social do CAF incentiva. "A partir desta plataforma, buscamos apoiar ideias que nos permitem fazer as coisas de maneira diferente, estimulando as parcerias público-privadas para promover a inovação social e melhorar os resultados dos países em questões relacionadas com o meio ambiente e a inclusão social", disse Genua. 

O projeto visa transferir a metodologia desenvolvida pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos através do seu "Weatherization Assistance Program" (WAP) para o Uruguai. Trata-se de realizar auditorias em moradias de baixos recursos, identificando desperdícios de energia e riscos para segurança e saúde, para depois corrigir problemas identificados através de obras de melhoria simples e baratas. Além dos impactos que se obtêm em saúde, segurança, qualidade de vida e economia energética, o modelo permite a criação de empregos verdes para a população desempregada ou subempregada. 

Por sua vez, Javier Crespán, executivo da Direção de Inovação Social do CAF, ressaltou que a sustentabilidade das residências tem um impacto multidimensional e imediato em áreas como saúde, segurança, emprego produtivo, convivência familiar, qualidade de vida e economia no orçamento familiar. Crespán explicou que o CAF apoia estratégica e financeiramente este projeto-piloto do Uruguai e que, logo, outro teste começará em Bariloche, Argentina. "Esta etapa tem como objetivo adaptar as metodologias às características locais e comprovar que são replicáveis", disse o executivo. "Após o término do projeto-piloto, nossa intenção é ampliar a metodologia com o objetivo de beneficiar muitas outras pessoas, gerando empregos verdes e promovendo a conservação de energia, entre outros". 

De acordo com Nicolás Maggio, representante da organização "Weatherizers Without Borders", responsável pela transferência da metodologia, as auditorias incluem medições termográficas nas residências para avaliar as perdas de energia. Além disso, mede-se a presença de monóxido de carbono, chumbo na pintura, humidade ou problemas na instalação elétrica. As obras que são definidas podem variar de uma simples troca de janela até a necessidade de renovar toda a fiação ou trocar um telhado completo. 

O plano é realizado no Uruguai pela Direção Nacional de Energia do Ministério da Indústria, Energia e Mineração (MIEM), que teve como representante no evento sua diretora, Olga Otegui; a gerente da área de Demanda, Acesso e Eficiência Energética, Carolina Mena; e a coordenadora da Comissão de Desenvolvimento Social Sustentável e de Igualdade de Gênero, Rosana González. 

A diretora da Direção Nacional de Energia destacou que graças ao apoio do CAF é possível avançar este projeto-piloto, o qual, por suas características e impactos, se encaixa perfeitamente nos programas que o Ministério realiza em questões de eficiência energética. 

Representantes de outras agências envolvidas no projeto também participaram do encontro. Entre eles, Walter Sosa, diretor responsável da área de Inclusão Social da UTE; Carmen Ciganda, diretora de Saúde Ocupacional e do Meio Ambiente do Ministério de Saúde Pública; Sebastián Pereyra, diretor do programa Cesta Energética do Ministério do Desenvolvimento Social (MIDES); Mariela Solari, diretora do Programa de Uruguai Cresce Contigo; Pablo Cruz, membro do Programa de Melhoria de Bairros do Ministério da Habitação; e Lumber Andrada, representante da empresa Uruplac. 

No futuro se prevê a organização de novos encontros para continuar a definição dos passos a serem seguidos na execução do plano-piloto. 

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