CAF promove a inovação como uma ferramenta para melhorar a segurança urbana

Com o intuito de gerar ideias e insumos para fortalecer as políticas de segurança urbana na América Latina, o CAF promoveu um espaço de troca sobre as inovações mais recentes no assunto entre prefeitos e servidores públicos nacionais e municipais da Argentina, Brasil, Peru, Uruguai Equador e México. O evento se concentrou na análise da experiência do empréstimo de Segurança Cidadã do CAF ao Ministério da Segurança da República Argentina, que, entre outros resultados, possibilitou o fortalecimento da rede de videovigilância, comunicação e informação para a prevenção e o controle de crimes nas cidades de Quilmes, La Quiaca, Santa Fe, Victoria, Lanús e Tres de Febrero.

A América Latina se tornou a região onde estão localizadas 42 das 50 cidades mais violentas do mundo, de acordo com dados publicados pelo Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Criminal (CCSPJP). Esse indicador aponta a importância do problema e a necessidade de que a segurança urbana seja uma política prioritária em todos os níveis de governo. A insegurança é revelada não só pelos crimes, mas também pelas atividades que a população deixa de realizar em consequência desse problema. O medo é um fator importante de exclusão social, pois impede o acesso às oportunidades que as cidades oferecem e dificulta o exercício da plena cidadania, especialmente entre as populações mais vulneráveis, especialmente jovens e mulheres.

"O CAF, que está prestes a completar 50 anos como um banco de desenvolvimento da América Latina, há vários anos, promove uma agenda muito ativa em matéria de desenvolvimento sustentável, gestão de recursos hídricos, educação, cidades com futuro, governo digital e, iniciado na Argentina, questões de segurança urbana. Essa última questão, hoje em dia, está no centro da política pública de qualquer governo nacional ou subnacional. Sabemos que qualquer política de segurança deve abordar não só a questão da criminalidade, mas também a política urbana e a política social, para enfrentar o problema de forma integral e fazer com que os cidadãos se sintam mais seguros ", disse Santiago Rojas, representante do CAF na Argentina.

Por sua vez, Patricia Bullrich, ministra da Segurança da República Argentina, agradeceu ao CAF pela sua cooperação, porque "interpretou as necessidades do país" e forneceu "assessoria, acompanhamento e financiamento a esses projetos tão importantes". Para finalizar, afirmou: "Temos que trabalhar juntos porque as nossas cidades não são apenas muito parecidas, com a possibilidade de compartilhar muitas experiências, mas também porque o avanço da tecnologia tem que ser acompanhado pelo avanço das instituições, das políticas, do poder judiciário e da segurança".

Durante o primeiro dia de debates, foi realizada uma mesa-redonda para apresentar os participantes. Em seguida, visitaram os centros de monitorização e videovigilância nas cidades de Lanús e Tres de Febrero, que incluiu uma conversa com o prefeito de Tres de Febrero, Diego Valenzuela.

"Sabemos, por meio das pesquisas, que um número significativo de mulheres deixam de sair de suas casas, ou desistem de participar do mercado de trabalho, por medo de usar a via pública para se deslocar em determinadas horas do dia ou esperar o ônibus em uma área insegura. A segurança urbana é um fator muito importante para o desenvolvimento sustentável das cidades, pois é uma condição inicial para aproveitar ao máximo as oportunidades de emprego, educação, recreação e lazer que as cidades oferecem" , explicou Jorge Concha, diretor de Análise e Avaliação Técnica para o Desenvolvimento Sustentável do CAF, durante a abertura do segundo dia de debates. Em seguida, Alberto Fohring, secretário de Coordenação, Formação e Carreira do Ministério da Segurança da República Argentina, afirmou: "Em 4 anos, recapturamos 10 mil foragidos. Muito disso foi conseguido graças à incorporação de tecnologia nos metrôs, nas estações de ônibus, entre outros lugares. A tecnologia e os recursos humanos capacitados são uma combinação necessária para reduzir a criminalidade.

Os debates continuaram nos painéis de tecnologia para a prevenção e o controle do crime; e de informação, conhecimento e segurança urbana, com especialistas do Brasil, México, Equador e Argentina. Sebastián Abbate Marco, diretor de Projetos de Desenvolvimento Sustentável da Região Sul do CAF, abriu a segunda parte do dia afirmando que "a visão do CAF sobre segurança é a de priorizar uma abordagem a partir da política urbana. Com base nessa visão, concluímos que todas as nossas agendas da Vice-Presidência de Desenvolvimento Sustentável, isto é, nossas agendas de água, educação, desenvolvimento urbano, nutrição, são fundamentais para a construção de cidades mais seguras, fundamentalmente por causa de sua contribuição para a inclusão social e a ligação entre esta dimensão e a segurança urbana".

O debate continuou com a participação de autoridades locais: Jorge Muñoz Wells, prefeito de Lima, Peru; Orlando Morando Junior, prefeito de São Bernardo do Campo, Brasil; Luis Torre Aliyán, Síndico Segundo da prefeitura de Ciudad Victoria, México; e Enrique Antía Behrens, prefeito de Maldonado, Uruguai. Muñoz Wells disse que o CAF contribui para as políticas de segurança urbana por meio do "desenvolvimento de cidades" : "Não se trata apenas do uso de tecnologia, mas também de segurança cidadã, transporte, enfrentar o problema da escassez de água. Dessa forma, é possível promover uma melhor qualidade de vida para os cidadãos". Morando Junior sintetizou as intervenções da seguinte maneira: "todos nós entendemos que a violência não pode ser combatida apenas com armas e homens; por isso, quando o CAF financia projetos de infraestrutura, e até mesmo de meio ambiente, abre uma porta para políticas de inclusão social, e isso implica educação, formação e inibição da entrada do crime".

Para avançar em iniciativas que deem respostas inovadoras a este problema, o CAF se propôs a fortalecer a abordagem da segurança em seu trabalho em prol de um desenvolvimento urbano mais inclusivo e produtivo, de forma multidimensional e integrada com sua iniciativa Cidades com Futuro, já que entende este problema a partir da perspectiva de melhorar o acesso da população às oportunidades que as cidades oferecem.