CAF promove debate sobre o futuro da América Latina no novo contexto global

Atores-chave das Américas, Europa e Ásia vão se reunir em Washington no início de setembro na conferência anual do CAF para avaliar os principais desafios da região em um ano marcado por uma mudança no cenário econômico global e na desaceleração da China

03 de setembro de 2015

Mais de 1.400 pessoas estarão presentes na XIX Conferência Anual CAF, um dos principais fóruns da América Latina, que este ano abordará os desafios geopolíticos e os obstáculos que a região enfrenta perante a desaceleração do principal motor do seu crescimento da última década, a China. Os especialistas também vão explorar os efeitos do panorama global sobre a nova classe média latino-americana, os processos de integração e a projeção internacional da região, entre outros.

A conferência, organizada todos os anos pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- com o Diálogo Interamericano e a Organização dos Estados Americanos (OEA), será realizada no Hotel Willard, em Washington, D.C., nos dias 9 e 10 de setembro.

"Reformas estruturais importantes ainda estão pendentes na América Latina e, nesse contexto, esta mudança de ventos é um fator importante", declarou o presidente-executivo do CAF, Enrique García, que abrirá a conferência junto com Luis Almagro, secretário-geral da OEA, e com Michael Shifter, presidente do Diálogo Interamericano. "Devemos, mais que nunca,concentrar-nos em duas tarefas fundamentais: a transformação produtiva e a integração regional".

Nesta ocasião está prevista a participação de mais de 50 palestrantes de diferentes horizontes. Entre os mais destacados estão o ex-presidente do Panamá, Martín Torrijos; o ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); o ex-secretário-geral iberoamericano, Enrique Iglesias; a ministra de Relações Exteriores da Colômbia, María Ángela Holguín; o ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga; a secretária-geral iberoamericana, Rebeca Grynspan; o assessor de política externa da Presidência do Brasil, Marco Aurélio Garcia; a vice-secretária de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Roberta Jacobson; o presidente do Banco Central do Uruguai, Mario Bergara; os ex-ministros de Economia da Colômbia, José Antonio Ocampo, e do Peru, Luis Miguel Castilla, entre outros.

Os especialistas refletirão sobre os atuais desafios que a região enfrenta em momentos nos quais, apesar da recuperação da economia norte-americana, registra-se uma estagnação persistente da zona do Euro e do Japão, e uma série de reveses da economia chinesa que produziram dúvidas nos mercados internacionais sobre a solidez financeira do gigante asiático. Neste contexto, adverte-se a particular vulnerabilidade da classe média latino-americana, tendo em conta que a prosperidade alcançada durante a última década de crescimento acelerado poderia se ver comprometida.

O painel sobre o "Crescimento da Classe Média na América Latina e sua Sustentabilidade Futura" será moderado por Guillermo Perry, professor da Universidade de los Andes e ex-ministro de Finanças da Colômbia, e contará com a participação, entre outros, de Santiago Levy, vice-presidente do BID; Nicola Harrington, vice-diretora do Centro de Desenvolvimento da OCDE; Luis Felipe López-Calva, economista-chefe e assessor de temas de pobreza regional do Banco Mundial; e Pablo Sanguinetti, economista-chefe do CAF.

Além disso, haverá um painel sobre as relações da América Latina com a Ásia do qual participarão, entre outros, Marta Lucía Ramírez, ex-ministra de Comércio da Colômbia; Leonardo Arízaga, vice-ministro de Relações Exteriores do Equador; Hiroshi Watanabe, governador e CEO do Banco Japonês para a Cooperação Internacional; e Biliang Hu, diretor do Instituto de Mercados Emergentes da Universidade Normal de Pequim.

Acadêmicos, analistas políticos e jornalistas da região também irão falar sobre a situação do panorama político em aqueles países que passam por um ano eleitoral: Argentina, Peru, Venezuela e Guatemala. O painel sobre as eleições será moderado por Michael Shifter, presidente do Diálogo Interamericano.

A integração regional terá também o seu espaço na conferência com um painel moderado pelo acadêmico argentino Felix Peña, no qual participarão os ministros de Relações Exteriores Loizaga e Holguín, assim como os ex-ministros de Relações Exteriores do Chile e da Bolívia, Alejandro Foxley e Gustavo Fernández, entre outros.

Além disso, frente à recente normalização das relações entre os Estados Unidos e Cuba, haverá um debate intitulado "O Caminho Rumo à Transformação de Cuba". O painel, moderado pelo presidente do Banco Central do Uruguai, Mario Bergara, contará com a participação, entre outros, de Ted Piccone, pesquisador-sênior da Instituição Brookings; Juan Triana, professor da Universidade de Havana; e Germán Ríos, diretor corporativo de assuntos estratégicos do CAF.

O encontro poderá ser acompanhado no Twitter com a hashtag #DIALOGOCAF2015.

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