CAF promove uma rede global de cientistas para proteger a biodiversidade da América Latina e do Caribe

A CAF reuniu um grupo de cientistas internacionais em Bogotá para aproximar a voz da ciência dos processos de tomada de decisões sobre o financiamento da biodiversidade. As conclusões deste encontro serão apresentadas na COP16 de Biodiversidade, que acontecerá em Cali em outubro deste ano.

04 de setembro de 2024

A CAF está promovendo diálogos com instituições científicas com o objetivo de ouvir a voz da ciência antes da COP16 e da implementação do Marco Global para a Biodiversidade, e para contribuir na divulgação e aplicação de soluções baseadas na ciência em suas operações e no diálogo com os países.

Nesse contexto, a CAF, que contará com um Pavilhão da América Latina e do Caribe aberto a todos os países da região na COP16, convocou mais de vinte instituições científicas internacionais para conscientizar sobre a importância dos dados, da ciência, da colaboração regional e da aplicação de métodos científicos para resolver problemas relacionados à perda e restauração da biodiversidade. A Secretária Executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica, Astrid Schomaker, encerrou o evento destacando a importância da ciência. As conclusões do encontro e as propostas da CAF para enfrentar os desafios identificados serão apresentadas em Cali.

“Estamos nos aproximando dos cientistas para identificar o que podemos fazer para sermos mais eficazes na preservação da biodiversidade. Precisamos entender como as recomendações científicas podem ser traduzidas em políticas públicas eficientes e explorar novas ideias e propostas que nos ajudem a encontrar soluções para os dilemas que as sociedades modernas estão enfrentando como consequência das mudanças climáticas”, disse Sergio Díaz-Granados, presidente executivo da CAF.

O trabalho da CAF com cientistas internacionais visa fortalecer o multilateralismo, conectando os avanços científicos e gerando novas linhas de trabalho que estão sendo desenvolvidas em diferentes países para deter e reverter a perda de biodiversidade.

“Para conter a perda de biodiversidade, é essencial desenvolver um conhecimento científico robusto e, principalmente, colocá-lo em prática, criando canais de comunicação que acelerem a implementação de políticas baseadas na ciência e que permeiem as agendas nacionais de desenvolvimento e as estratégias empresariais”, disse Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva da CAF.

Nesse sentido, a Plataforma Intergovernamental de Política Científica sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) desempenha um papel fundamental ao criar espaços para aproximar a comunidade científica dos tomadores de decisão, a fim de desenvolver capacidades e fortalecer o uso da ciência na formulação de políticas públicas. A CAF pretende reforçar esse trabalho aproximando a ciência do âmbito das instituições financeiras públicas e privadas, promovendo o investimento em biodiversidade.

A aposta da CAF em um enfoque ecossistêmico e baseado na ciência

A América Latina e o Caribe são uma das regiões mais ricas em biodiversidade terrestre e marinha. O IPBES avalia os serviços ecossistêmicos terrestres e costeiros da região em 24,3 trilhões de dólares por ano. A região abriga seis dos dezessete países mais megadiversos do mundo (Brasil, Colômbia, Equador, México, Peru e Venezuela), abrangendo entre 60% e 70% de todas as espécies conhecidas, aproximadamente 25% das florestas tropicais e o habitat mais biodiverso do mundo: a floresta amazônica.

Nesse contexto, a CAF adotou em suas operações uma abordagem ecossistêmica que responde não só às necessidades dos países para a gestão integrada de terras, águas e recursos vivos, mas também às necessidades dos ecossistemas para sua conservação e uso sustentável e equitativo dos recursos.

Exemplos dessa nova abordagem incluem o Programa para a Gestão Integrada e Sustentável do Sargaço no Grande Caribe, que beneficiará México, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Jamaica, República Dominicana, Barbados, Trinidad e Tobago e Venezuela, promovendo o manejo sustentável do sargaço. Outros exemplos são o projeto de restauração de recifes de coral na Colômbia, Equador, México e Costa Rica; a iniciativa The Americas Flyways Initiative (AFI), que visa identificar e conservar mais de 30 paisagens críticas ao longo das rotas migratórias na América do Norte, Central, do Sul e no Caribe; e projetos para fortalecer a gestão de áreas naturais protegidas na Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador e Panamá.

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