Carter pede mais atenção para a América Latina

  • O ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, disse que a região não terá um papel maior nas relações exteriores dos Estados Unidos, independentemente de quem vença as próximas eleições presidenciais.
  • As declarações de Carter foram feitas na XVI Conferência Anual da CAF, que contou com a participação de mais de 400 líderes empresariais e políticos da América Latina e dos Estados Unidos.

07 de setembro de 2012

(Washington, 7 de setembro de 2012) Fechando a XVI Conferência Anual CAF realizada na capital dos EUA, o ex-presidente do país, Jimmy Carter, defendeu o fortalecimento das relações entre os Estados Unidos e a América Latina, e lamentou que, como um grande país, os EUA "não estão fazendo o suficiente para trazer paz, harmonia, compreensão [da região] e os direitos fundamentais para a América Latina."

Além disso, Carter também previu que "a região não terá um papel mais importante na política externa dos Estados Unidos nos próximos quatro anos, independentemente de quem ocupe a Casa Branca."

Os desafios do desenvolvimento para a América Latina foi outro dos temas discutidos nas sessões da Conferência, que se estabeleceu como um fórum de discussão para os líderes dos setores público e privado do hemisfério.

Ao falar sobre as fórmulas para que a América Latina evite um contágio maior da desaceleração econômica global, Enrique García, presidente da CAF - banco de desenvolvimento da América Latina – se disse a favor de uma solução entre a austeridade e o estímulo.

"Implementar planos de austeridade implica em uma queda do crescimento, maior desemprego e pressão social. Mas, por outro lado, não pode haver crescimento se não houver estabilidade macroeconômica. Por isso eu acho que devemos encontrar um ponto médio, que não pode ser uniforme para todos os países", ressaltou. "Contudo, somente de macro não se vive. A América Latina como região precisa de uma estratégia que promova uma maior eficiência microeconômica, aumentar o investimento, fomentar a inovação para a transformação produtiva, fortalecer as instituições para gerar maior confiança e alcançar uma inserção internacional pragmática".

O impacto das próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos na América Latina, os desafios pendentes para o desenvolvimento sustentável e a visão dos novos líderes regionais sobre temas chave como o tráfico de drogas, violência e a criminalidade transnacional foram debatidos no último dia do encontro.

A XVI Conferência Anual CAF contou na edição desse ano com a participação de mais de 400 líderes políticos latinoamericanos e norteamericanos, funcionários de organismos internacionais, empresários renomados, membros da comunidade financeira, acadêmicos, jornalistas e analistas políticos

A missão da CAF é promover o desenvolvimento sustentável e a integração da América Latina, por meio da implementação de uma agenda global de desenvolvimento, onde a organização fornece financiamento e conhecimento nas áreas de infraestrutura, energia, desenvolvimento social, sustentabilidade ambiental, apoio aos setores produtivos e fortalecimento institucional.

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