Colômbia: mais inovação social para erradicar a pobreza

O fórum "Pobreza e desigualdade escondida" reuniu, em Bogotá, destacados especialistas internacionais para discutir como a inovação social pode contribuir para a luta contra a pobreza. Durante o evento realizado na Universidade do Rosário, apresentou-se o relatório 'As dimensões ausentes na medição da pobreza’ e o projeto 'Semáforo de eliminação da pobreza', ambos iniciativas impulsionadas pelo CAF -banco de desenvolvimento de América Latina.

10 de novembro de 2017

Para que a luta contra a pobreza seja mais eficiente, os governos latino-americanos devem incorporar novos indicadores que captem as dimensões esquecidas, como a insegurança cidadã, o bem-estar psicológico e o isolamento social. Essa é uma das principais conclusões às quais chegaram os especialistas reunidos no Fórum "Pobreza e desigualdade escondida", organizado pelo CAF e pela Faculdade de Economia da Universidade do Rosário.  

Carlos Sepúlveda, decano da Faculdade de Economia do Rosário, destacou os desafios da medição e da proposta de indicadores para cada dimensão, os caminhos de pesquisa para aprofundar sobre a relação de cada dimensão com o desenvolvimento social e econômico; e, finalmente, histórias de sucesso de políticas públicas em países diferentes, como bons exemplos para gerar propostas inovadoras com impacto no bem-estar social.

Ana Mercedes Botero, diretora corporativa de Inovação Social do CAF, afirmou que a inovação social é um instrumento fundamental para promover o desenvolvimento sustentável, contribuir para a solução dos problemas sociais do século XXI e impulsionar novos paradigmas de desenvolvimento que contribuam com programas sociais e políticas públicas mais eficazes . Neste sentido, disse que precisamos complementar as formas de medir a pobreza multidimensional com ferramentas que envolvam grupos vulneráveis em seu próprio diagnóstico e concepção de soluções, incorporando, ao mesmo tempo, dimensões invisíveis de natureza emocional e psicológica.

No evento foram apresentadas duas metodologias inovadoras suportadas pela Inovação Social do CAF: "As dimensões faltantes na medida da pobreza" e o "Semáforo de eliminação da pobreza". A primeira propõe a incorporação de variáveis ligadas às capacidades humanas para além da renda, tais como o empoderamento, a segurança física, o sentimento de vergonha, a conectividade social e outras. A segunda é uma ferramenta que permite que as famílias meçam seu nível de pobreza e identifiquem estratégias personalizadas para solucionarem suas necessidades específicas.

De acordo com Diego Zavaleta, da Iniciativa de Pobreza e Desenvolvimento Humano (OPHI) da Universidade de Oxford, a ideia é capturar informações que até agora têm estado fora das análises tradicionais da pobreza. Por sua vez, Eduardo Gustale, da Fundación Paraguaya, disse que as famílias devem ser protagonistas do seu próprio desenvolvimento, para encontrar soluções sustentáveis e duradouras para problemas de pobreza multidimensional.

Como parte da jornada, realizou-se um debate moderado por Mónica Pachón, decana da Faculdade de Ciência Política, Governo e Relações Internacionais da Universidade do Rosário, no qual participaram; Luis Alfredo Sarmiento, diretor da missão de qualidade de educação para a equidade do PNUD; Olga Lucía Acosta, conselheira regional da CEPAL, e os conferencistas Diego Zavaleta e Eduardo Gustale.

 

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