Como a capacitação para o trabalho afeta a participação laboral?

Além de ser necessário aprender novas ferramentas para conseguir um emprego, também se devem medir quais são as suas habilidades perante a concorrência.

23 de dezembro de 2015

Em 2014, aproximadamente 7,8 milhões de jovens da América Latina procuraram emprego, mas não o conseguiram, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho. Isto representa uma taxa de desemprego urbano entre os jovens da região de 13,3%, mais que o triplo da taxa geral de desemprego médio dos adultos.

Compreendendo a importância deste assunto, o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- realizou a avaliação de impacto experimental de um programa de treinamento para o trabalho na Venezuela, juntamente com o setor privado e a Universidade Simón Bolívar.

O programa oferecia cursos gratuitos de vendas e de barman para um grupo de indivíduos com mais de 18 anos, desempregados ou do setor informal, com o objetivo de lhes oferecer ferramentas para expandir as oportunidades de empregabilidade dos alunos, aumentar sua renda e fortalecer seus valores cívicos. O treinamento tinha uma duração de três meses.

De um total de 1.250 possíveis participantes, 888 indivíduos foram convocados para fazer parte do treinamento (262 formaram o grupo de controle). Destes, 116 candidatos iniciaram o programa de treinamento e 63 receberam o certificado. Um segundo processo de convocatória contou com 623 candidatos, dos quais 31 se inscreveram e 19 foram certificados.

Os resultados do estudo mostram que os participantes do primeiro grupo reduziram sua participação no mercado de trabalho, ao contrário dos participantes do segundo grupo, que registraram um aumento.

Esta diferença nos resultados parece estar nos diversos custos associados à participação no treinamento e em como a interação entre os participantes permite atualizar a informação sobre as suas próprias habilidades. Neste sentido, o treinamento não somente permitiu adquirir conhecimentos em áreas específicas, mas também permitiu que as pessoas conhecessem o seu nível de habilidade em comparação aos demais e que, por tanto, ajustaram suas expectativas trabalhistas de acordo com isso.

Os participantes do segundo grupo, com custos de oportunidade mais elevados, aumentaram sua percepção sobre o seu potencial no mercado de trabalho, de acordo com os resultados do estudo.

Adriana Mata, executiva de Medição de Impacto do CAF, afirma que, a partir deste estudo, projetos futuros poderiam se complementar com um programa de estágio que permita a inserção no mercado de trabalho, a fim de obter maiores impactos nos participantes.

Para conhecer mais sobre o estudo, clique aqui.

 

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