CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Um grupo de especialistas analisou como o baixo crescimento econômico afetará as famílias de classe média e as PMEs da região
26 de janeiro de 2016
As manchetes da imprensa internacional são impressionantes: América Latina atravessa uma situação de baixo crescimento econômico que se estenderá ao longo de 2016 e que, muito provavelmente, durará até 2017.
Um grupo de especialistas internacionais concordou com essa análise durante o debate virtual "Como 2016 afetará o seu bolso?", organizado pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, que analisou o impacto desta situação sobre o emprego, os salários e o poder aquisitivo dos latino-americanos.
"Perante a desaceleração econômica, as empresas têm menos oportunidades de negócio", explicou Adriana Arreaza, diretora de estudos macroeconômicos do CAF. "Além disso, haveria uma menor demanda de trabalho e os aumentos salariais poderiam diminuir; em suma, este cenário pode supor uma deterioração da renda familiar".
A queda dos preços das matérias-primas e a redução do financiamento externo, segundo a especialista, enfraqueceram as moedas da região, o que torna as importações mais caras e provoca um aumento de preços, reduzindo o poder de compra dos cidadãos.
Entre as políticas de curto e longo prazo que os governos podem realizar para evitar que a classe média sofra com os piores efeitos da atual situação econômica estão as relacionadas com a formação dos trabalhadores.
"A América Latina é a região com mais problemas para encontrar os trabalhadores que são necessários", disse Ángel Melguizo, chefe para a América Latina do Centro de Desenvolvimento da OCDE. "Se conseguimos que os trabalhadores tenham as habilidades exigidas pelo setor produtivo, estamos falando de melhorias na produtividade e nos salários".
Também se debateu sobre o papel das PME na hora de gerar mais e melhores empregos, como partes imprescindíveis para dinamizar o crescimento e incentivar a competitividade. No caso da Colômbia, por exemplo, onde as PME representam cerca de 80% do emprego, as empresas devem competir, cada vez mais, com os produtos internacionais, o que é um desafio e também uma oportunidade para alcançar uma maior integração nas cadeias globais de valor.
"As PME em Bogotá têm uma grande oportunidade de se aliar a setores produtivos que estão crescendo, especialmente no setor de infraestrutura", analisou Camilo Montes, gerente para Bogotá da Associação Nacional de Empresários da Colômbia. "Além disso, precisamos que as PME deem um salto quanto ao uso da tecnologia, fato que pode ajudar a que sejam mais competitivas".
Durante o debate também foram discutidas as medidas que poderiam ajudar a preservar as conquistas sociais obtidas durante a época do boom econômico -de 2002 a 2013-, quando se registraram taxas médias de crescimento de cerca de 5%.
Neste sentido, segundo Arreaza, as parcerias público-privadas podem ser uma boa alternativa para dinamizar as economias regionais, já que lhe tirariam certas pressões ao tesouro e permitiriam que os investimentos fundamentais em infraestrutura fossem materializados.
Em suma, os especialistas admitem que 2016 será um ano desafiador para as famílias de classe média da região. No entanto, a situação também pode ser uma oportunidade para incentivar reformas pendentes e para se obter uma transformação produtiva que garanta o crescimento sustentado na região, abrindo novas oportunidades para as empresas e para os trabalhadores.
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