Como aliviar os efeitos do El Niño no setor elétrico latino-americano

A estratégia para aliviar os efeitos do El Niño no setor elétrico latino-americano consiste de três fases: detecção de vulnerabilidades, preparação para o impacto máximo e aprendizagem.

10 de fevereiro de 2016

O fenômeno El Niño consiste na interação das águas superficiais do Oceano Pacífico tropical com a atmosfera  e afeta os equilíbrios hídricos da superfície até provocar situações extremas. Para os países da América Latina continua sendo um desafio a redução do risco de desastres por ameaças naturais como El Niño e seu fenômeno subsequente, La Niña.

Para realizar uma estratégia de gestão integral do risco no setor elétrico é necessário conhecer tanto a ameaça como a vulnerabilidade.

A ameaça é um dos componentes do risco. Refere-se ao evento natural que pode ocorrer, por exemplo, a cheia de um rio, uma seca severa, entre outros. É necessário saber com antecedência a intensidade, a velocidade de materialização e a extensão espacial, a fim de caracterizar o que pode acontecer.

A vulnerabilidade refere-se ao grau de exposição aos danos  que um agente do sistema pode sofrer devido à manifestação de uma ameaça específica. A fragilidade da infraestrutura, as pessoas e o meio ambiente dependem da probabilidade da ocorrência dos fenômenos, as condições de vulnerabilidade nos aspectos institucionais, físicos, sociais, ecológicos e culturais. É necessário que o planejador de gestão de riscos conheça os diversos tipos de vulnerabilidade que podem ocorrer perante as ameaças representadas pelo El Niño para se preparar para sua aparição.

 A gestão integral do risco deve ser aplicada ao setor elétrico  em três etapas:

• Detecção: esta etapa serve para realizar ações preventivas antes que a ameaça ocorra. Durante a etapa de detecção, o setor de energia elétrica deve identificar as áreas críticas, verificar os níveis de exposição física da infraestrutura de geração, transmissão e distribuição, identificando os potenciais impactos para as comunidades. Para isso, os tomadores de decisão precisam dar seguimento a certos indicadores climáticos relacionados com a infraestrutura energética  e as populações interconectadas à rede, assim como se devem estabelecer ligações e mecanismos de comunicação interinstitucional com as autoridades que potencialmente estarão envolvidas no atendimento da crise a seu devido momento.

Hora pico: nesta etapa, os esforços devem se concentrar em mitigar os efeitos da crise. As autoridades dos países que são afetados pelo fenômeno ENOS devem executar os planos e as estratégias que foram discutidos durante a etapa preventiva. Isto deve ser acompanhado de um plano de sensibilização e conscientização para o público em geral, assim como da coleta de dados sobre os eventos ocorridos. Atualmente, Colômbia, Peru e Equador estão coordenando ações conjuntas para enfrentar esta etapa do El Niño.

 

 

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