COP16: CAF anuncia US$ 300 milhões para proteger a biodiversidade

Com a presença da vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, e da ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, o presidente Executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados, inaugurou na COP16, em Cali, o Pavilhão da América Latina e do Caribe.

21 de outubro de 2024

Na inauguração do Pavilhão da América Latina e Caribe na COP16, em Cali, o CAF anunciou um programa de US$ 300 milhões para conservar e restaurar os ecossistemas estratégicos da região, como a Amazônia, as florestas atlânticas, o Pantanal, o Chaco, a Patagônia, a Antártica e a Corrente de Humboldt, entre outros. O projeto também mobilizará mais recursos financeiros e melhorará a articulação entre governos locais, setor privado e sociedade civil.

O lançamento deste programa, que contou com a presença da vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, da ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, e de Sergio Díaz-Granados, presidente Executivo do CAF, ocorreu no Pavilhão da América Latina e Caribe na COP16, chamado #LaBiodiversidadNosUne, um espaço aberto a governos, representantes do setor privado, instituições científicas, ONGs, comunidades locais e povos indígenas e afrodescendentes de toda a região.

“Os olhos da região e do mundo estão voltados para Cali. Os acordos que alcançarmos, as alianças que construirmos e as ações que empreendermos vão moldar o futuro. Esses 300 milhões de dólares são apenas o começo, pois vamos oferecer uma ferramenta de identificação de projetos de qualidade para canalizar recursos de doação e financiamento, o que incentivará novos investimentos para proteger a biodiversidade em nossos países”, disse o presidente Executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados.

Em sua intervenção, Francia Márquez disse que “a partir daqui enviamos uma mensagem de paz, aquela paz tão almejada. Temos orgulho, nós que somos desta região do Pacífico, de dar-lhes as boas-vindas. E não é apenas as espécies, mas também o seu povo. Um povo que, apesar de ter estado de joelhos, se levanta e caminha. Esta também é uma região que sofreu com o conflito armado e a violência desproporcional”.

Por sua vez, Anielle Franco mencionou o programa Povos Afrodescendentes das Américas, uma articulação construída com comunidades afro-rurais para materializar ações concretas de melhoria de vida para nossos povos, reconhecendo os desafios históricos e as vulnerabilidades socioambientais enfrentadas pelos afrodescendentes.

“Muitas vezes, as pessoas não entendem para que servem os documentos que assinamos, como os protocolos de intenção e os memorandos de entendimento. Mas isso era uma semente que estávamos plantando e que hoje estamos vendo florescer: Brasil e Colômbia implementam este programa regional com o objetivo de enfrentar as desigualdades raciais e socioambientais, que afetam esses povos e comunidades historicamente excluídos e marginalizados”, disse Franco.

Como precedente do fundo, está a assinatura, em agosto de 2024, de uma linha de crédito do CAF com o BBVA Colômbia, de US$ 50 milhões, para financiar operações locais de crédito que envolvam ações de conservação, restauração, regeneração e uso sustentável dos ecossistemas estratégicos na Colômbia.

Mais recentemente, em El Salvador, o CAF participou, junto a outros parceiros, da maior conversão de dívida por natureza da história para a conservação de bacias, especificamente na região do Rio Lempa. A recompra de mais de US$ 1 bilhão em títulos financiará a conservação, a segurança hídrica e a restauração de ecossistemas.

 

Pavilhão da América Latina e do Caribe na COP16

O Pavilhão da América Latina e do Caribe na COP16, organizado pelo CAF, colocará no mapa mundial o potencial da região para liderar a conservação da biodiversidade, impulsionar a ação climática com seus exuberantes ecossistemas, valorizar os saberes ancestrais e promover o desenvolvimento da economia azul.

 

Durante as duas semanas da COP16, o pavilhão discutirá os principais temas ambientais que afetam a região, entre os quais se destacam os seguintes:

  • Ecossistemas estratégicos e como inovar para financiar sua proteção. Os grandes ecossistemas da América Latina e do Caribe não reconhecem fronteiras, por isso sua preservação requer maior integração regional e uma visão ambiental abrangente. Proteger o Cerrado, no Brasil, é garantir a sustentabilidade na região Tumbes-Chocó-Magdalena. A sustentabilidade do corredor biológico mesoamericano é a sustentabilidade dos Andes.
  • Ciência e inclusão. O pavilhão também abordará o papel da ciência para promover uma biodiversidade positiva. Essa colaboração entre ciência, sociedade e políticas públicas é essencial para enfrentar a crise da biodiversidade.
  • Este também será um espaço para promover a inclusão das comunidades indígenas e afrodescendentes, que estão no centro de nossa ação e simbolizam o que queremos que este espaço seja: um lugar de encontro e integração onde todas as vozes sejam ouvidas para a construção de soluções.
  • Cidades sustentáveis e soluções dos governos locais para os problemas de biodiversidade. Mais de uma dúzia de aliados realizarão eventos aqui, destacando o enorme valor da cooperação.

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