América Latina e Caribe lançam seu primeiro grande fórum global
29 de janeiro de 2025
A América Latina e o Caribe devem investir entre 7% e 19% de seu PIB anual em infraestrutura e gastos sociais até 2030 para fechar as lacunas existentes.
30 de janeiro de 2023
Apesar do complexo panorama econômico global, no início deste ano, há sinais de recuperação em alguns setores econômicos e em certos países, como a China, onde o relaxamento das regulamentações sanitárias permitiu receber mais de 3 bilhões de viajantes durante a chegada do Ano Novo Chinês; ou os Estados Unidos, onde houve redução de 5% e 6% na inflação e as taxas de juros foram mantidas. Em outras palavras, há um ambiente propício à recuperação global, e isso foi afirmado por Sergio Díaz-Granados, presidente-executivo do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, no Fórum Colômbia 2023.
Nesse sentido, na América Latina e no Caribe, a recuperação econômica traz desafios importantes, uma vez que o crescimento econômico, nos últimos anos, tem sido baixo. O primeiro é trabalhar para reduzir a pobreza e as desigualdades. Atualmente, as taxas de pobreza estão próximas de 32% e a pobreza extrema chega a quase 13%. Isso, por sua vez, estimula a informalidade, limita a eficiência da economia a partir do desenvolvimento de pequenas e médias empresas e aumenta a insegurança alimentar, que afeta 40% da população latino-americana e caribenha, de acordo com o último Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED2022) do CAF, intitulado Desigualdades herdadas: o papel das competências, do emprego e da riqueza nas oportunidades das novas gerações.
Segundo Díaz-Granados, “a boa notícia é que a América Latina e o Caribe têm como fazer frente a esses desafios, aumentando a produtividade agrícola, implementando melhorias na interação energética na região e fazendo investimentos por meio de parcerias público-privadas para responder positivamente a essas grandes discussões em todo o mundo”.
A América Latina e o Caribe devem investir até 2030 entre 7% e 19% de seu PIB anual em infraestrutura e gastos sociais. Isso é possível, expandindo o orçamento, ampliando a dívida ou aumentando os impostos. Nesse ponto, Díaz-Granados também acrescentou que “é crucial acelerar a integração comercial da América Latina e do Caribe até 2030. Esse processo permitirá trabalhar na redução da pobreza e da desigualdade e mobilizar recursos para o financiamento de programas e projetos ambientais e climáticos”.
Por fim, uma vez que a integração econômica avance na região, deve-se estabelecer uma colaboração harmoniosa e ordenada entre os setores público e privado para definir políticas nacionais e regionais que contribuam na integração física, política e econômica de todo o continente. “A América Latina e o Caribe precisam se concentrar na desigualdade, porque não podemos cobrar ações contra as mudanças climáticas quando há tanta pobreza”, concluiu Díaz-Granados.
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