Desenvolvimento: começar no regional

O seminário internacional Desenvolvimento local e qualidade de vida nas cidades e regiões, organizado pela CAF, reuniu mais de 60 prefeituras e especialistas internacionais que, durante dois dias, debateram sobre o tema; a CAF apresentou seu Relatório de Economia e Desenvolvimento - RED 2010

09 de setembro de 2010

(Caracas, 9 de setembro de 2010) As muralhas da cidade de Cartagena foram testemunhas de dois dias de reflexão e debate sobre um tema que, sendo de caráter global, começa pelo mais detalhado: Desenvolvimento local e qualidade de vida nas cidades e regiões. O Seminário Internacional, organizado pela CAF, ocorrido em Cartagena, Colômbia, contou com a participação de mais de 50 prefeituras, além de pesquisadores, acadêmicos e funcionários dos governos nacionais e regionais de 16 países da América e Europa.

“A apresentação dos resultados da sexta edição do Relatório de Economia e Desenvolvimento da CAF, focado em uma temática que afeta de forma direta a governança latino-americana, ou seja, a descentralização e o desenvolvimento local, foi ponto de partida da discussão”, declarou Enrique García, presidente-executivo do banco de desenvolvimento. García acrescentou que o evento fez parte das ações realizadas pela Instituição com o objetivo de compartilhar conhecimento sobre a América Latina e promover a reflexão sobre temas chaves para o desenvolvimento regional.

García destacou, entre os desafios evidenciados no RED, a enorme disparidade que existe nos níveis de produção, renda e bem-estar no interior dos países. “As administrações regionais e locais podem ter um papel muito ativo no desenho e realização de políticas de desenvolvimento econômico, em cooperação com os setores produtivos privados e a comunidade”, disse o presidente.

De forma conclusiva, Leonardo Villar, economista-chefe da CAF, enfatizou que uma estratégia de sucesso deve ser integral, atuar sobre todas as determinantes de desenvolvimento e se focar no território, mas “esta estratégia não necessariamente está limitada por políticas formais, como decisões orçamentárias de gastos e impostos ou ações regulatórias, já que um lugar é mais ou menos competitivo dependendo também da presença de uma ‘institucionalidade branda’, integrada por assembléias de cidadãos, associações de vizinhos, câmaras empresariais, centros de estudos, centros culturais, etc. o que permite consenso de políticas, liberação de informação e fomento da cooperação público-privada”.

Dois dias de reflexão

O Seminário Internacional Desenvolvimento local e qualidade de vida nas cidades e regiões foi organizado pela CAF visando contribuir para a compreensão dos padrões de desenvolvimento local e regional e identificar opções de políticas públicas que permitam compatibilizar o crescimento econômico com um desenvolvimento balanceado dos territórios no interior das economias.

Os temas tratados foram:

  • Instituições, provisão de bens públicos e desenvolvimento local;
  • Descentralização, participação cidadã e desenvolvimento local;
  • Estratégias produtivas e provisão de bens públicos para a qualidade de vida das cidades;
  • Segurança pública do território;
  • Experiência multilateral em segurança.
A dinâmica facilitou para que as discussões e comentários fossem realizados em um cenário construtivo. Os expositores da CAF foram Enrique García, presidente-executivo; Leonardo Villar, vice-presidente corporativo de Estratégias de Desenvolvimento e Políticas Públicas e economista-chefe; Pablo Sanguinetti, diretor de Pesquisas Sócio-econômicas e diretor acadêmico do RED2010; Michael Penfold, diretor de Políticas Públicas e Competitividade; Daniel Ortega, economista de Pesquisa; Ana María San Juan, executivo sênior.

Já os palestrantes e comentaristas foram James Robinson e Rafael Di Tella de Harvard University; Diego Puga, professor-pesquisador do Institute for Advanced Studies (IMDEA); Roy Bahl, professor de Economia em Georgia State University; Andrés Rodríguez-Pose, professor de Geografia Econômica e professor-pesquisador da London School of Economics & IMDEA, e Alejandro Gaviria, professor da Universidad de los Andes de Colombia.

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