CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Durante a Conferência Anual das Cidades Latino-Americanas, em Lima, especialistas internacionais discutiram mecanismos para reduzir a corrupção e restaurar a confiança pública nas instituições, incluindo a digitalização de processos, sistemas de gestão e prestação de contas.
06 de dezembro de 2018
A digitalização deve se tornar um dos fatores determinantes para restaurar a crise de confiança pública junto aos atores econômicos, públicos e privados, e reduzir a corrupção na América Latina. Essa é uma das principais conclusões dos especialistas que estiveram reunidos na Conferência Anual das Cidades Latino-Americanas, organizada, em Lima, pela Sociedade das Américas e pelo Conselho das Américas (AS-COA) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Peru.
“Garantir a transparência no setor público é tão importante como garanti-la na gestão empresarial e produtiva. Os setores público e privado devem ser parceiros na cruzada contra a corrupção. Isso significa que temos de ser aliados na luta pela transparência”, declarou o presidente do Peru, Martín Vizcarra.
“A revolução digital não é só uma revolução da economia, mas também do Estado. A sociedade latino-americana está cada vez mais jovem, urbanizada e conectada. Essa transição oferece inúmeras oportunidades para alavancar o mundo digital e adaptar as instituições às demandas da sociedade civil”, declarou o diretor de Inovação Digital do Estado do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, Carlos Santiso.
O representante da agência multilateral também afirmou que a integridade, a transparência e a restauração da confiança pública são fundamentais para alcançar o pacto pela produtividade de que a América Latina precisa para reanimar suas economias. A esse respeito, ressaltou que a promoção da transparência não se faz contra o setor privado, mas em conjunto com seus integrantes, e que é imprescindível punir a corrupção, enquanto se estabelecem mecanismos para evitar a paralisação dos investimentos públicos.
Por sua vez, a secretária de Integridade Pública do Peru, Susana Silva, deu exemplos de como a digitalização pode melhorar a eficiência e promover a transparência. “O governo digital é uma ótima ferramenta para aprimorar a gestão pública e garantir a transparência, a rastreabilidade e a redução da corrupção”, afirmou.
Além disso, Susana defendeu o fortalecimento dos órgãos de Justiça e explicou que as estatísticas, no Peru, dão conta de que 7% dos indivíduos apresentam altos níveis de tolerância à corrupção e 65% demonstram tolerância média. Sobre isso, expôs as medidas que o governo peruano está implementando para mudar essa cultura.
O vice-presidente de Políticas Públicas do AS-COA, Brian Winter, considera que o avanço da classe média nos países latino-americanos implicou no aumento dos níveis de exigência por parte dos cidadãos, o que contribuiu para revelar os casos de corrupção vistos nos últimos anos na região.
Além de explorar as perspectivas econômicas do Peru e da região, a conferência focou em como os governos podem colaborar com o setor privado para promover a transparência e recuperar a confiança. Os palestrantes discutiram estratégias imediatas e de longo prazo para fortalecer as instituições e promover a prestação de contas como resultado dos escândalos de corrupção regionais.
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