CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
24 de agosto de 2016
Como parte de uma cooperação técnica entre o CAF e o Diálogo Interamericano, um seminário internacional sobre a educação na América Latina foi realizado no passado dia 11 de agosto, na Argentina, em coordenação com o Instituto Nacional de Educação Técnica. Esteban Bullrich, ministro de Educação e Esporte da Argentina, ressaltou a importância da educação como um eixo para resolver os principais problemas que o país enfrenta.
Um dos principais pontos fracos do mercado de trabalho na Argentina, segundo o ministro, é que não conta com uma mão de obra que tenha as habilidades exigidas pelo setor produtivo. Neste sentido, destacou a importância de um trabalho conjunto entre os setores público e privado, órgãos de cooperação e da sociedade civil para identificar alternativas para o problema da falta de conexão entre a formação técnica e as exigências do mercado de trabalho. Mauricio Macri, presidente da Argentina, compareceu ao evento.
Jaime Holguín, diretor de Projetos de Desenvolvimento Social da Região Sul do CAF, explicou que existe uma correlação muito estreita entre a educação e os níveis de crescimento dos países, assim como a maneira com que o bem-estar individual costuma se relacionar com a capacidade para a obtenção de melhores salários. Os principais desafios da região neste aspecto, incluídos na Agenda Educativa do CAF, estão ligados ao aumento da qualidade da educação, à melhoria do acesso à infraestrutura e à redução das taxas de abandono, além de consolidar vínculos mais próximos entre a formação técnica e as necessidades específicas do mercado de trabalho.
Por sua vez, Ariel Fiszbein, diretor de Educação do Diálogo Interamericano, ressaltou que a América Latina é a região que demora mais para preencher uma vaga de pessoal qualificado. Embora haja um aumento no acesso às matrículas escolares, as taxas de graduação são baixas e isso se deve, principalmente, aos altos níveis de evasão escolar. Neste sentido, mencionou algumas medidas que poderiam ser tomadas para reduzir as taxas de abandono, como o apoio econômico ao estudante e a diversificação da oferta educativa de programas mais curtos.
Em relação à relevância dos estudos, Fiszbein comentou que há uma disparidade entre os custos da formação profissional e os retornos obtidos, que geralmente termina prejudicando a pessoa em formação. Também enfatizou que há um déficit nas denominadas competências sociais, como o trabalho em equipe, a responsabilidade e a flexibilidade.
Outro aspecto relevante destacado durante o seminário foi a menção da Política Nacional de Desenvolvimento Curricular no Chile. Alejandra Villarzú, ex-subsecretária de formação técnico-profissional do país, mencionou que esta estratégia está sendo desenvolvida com a participação de múltiplos setores e que o objetivo do novo currículo é responder aos desafios da relevância, reduzindo o número de especialidades e realizando uma avaliação em função das conquistas e aprendizagens.
Quanto ao tema de gênero, Clemencia Cosentino, pesquisadora-sênior da organização Mathematica Policy Research, comentou sua relação com a formação em ciência e engenharia, enfatizando a necessidade de incentivar mais mulheres a se dedicar a este tipo de carreiras, já que existe um profundo déficit neste aspecto. A maioria dos graduados em engenharia e nas comumente denominadas ciências exatas é de homens. Como uma das principais causas deste déficit, assegura, detectou-se a falta de informação sobre tais programas.
A reunião também contou com as presenças de Walter Grahovac, ministro de Educação da Província de Córdoba; Robert Lerman, do Institute Fellow do Urban Institute; e Barbara Rowan, diretora de Pesquisa Acadêmica da Pearson North America. Além disso, o evento teve um debate de intercâmbio de experiências com a participação de convidados do CAF provenientes da Colômbia, Brasil, Venezuela, Uruguai, Panamá, Paraguai e Argentina, que apresentaram seus progressos e principais desafios, entre os que se destaca a necessidade de gerar um maior vínculo entre a formação técnica com as necessidades do mercado e a complexidade deste desafio em virtude da diferença nas velocidades e dinamismo de ambos os setores: produtivo-laboral e treinamento-educação.
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