Empreendedorismo na América Latina: da subsistência à transformação produtiva

O Relatório de Economia e Desenvolvimento do CAF, RED 2013, enfatiza o papel do empreendedorismo no desenvolvimento da região.

Ressalta a criação de empresas que produzem aumentos sustentados de emprego e produtividade.

As experiências mais bem sucedidas sugerem que as políticas públicas devem levar em conta a heterogeneidade da população empresarial e adotar um enfoque multidimensional que integre talento empresarial, formação profissional, inovação e financiamento.

10 de julho de 2013

(Caracas, 9 de julho de 2013)- "A região deve construir, com base em suas vantagens comparativas, grandes fortalezas competitivas para promover uma maior transformação produtiva acompanhada de igualdade social", disse Enrique García, presidente executivo do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina, ao apresentar a nona edição do Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED), publicação que nesta nova versão se intitulaEmpreendedorismo na América Latina: da subsistência à transformação produtiva.

"Nesse sentido, a região deve adotar políticas que permitam aproveitar, de maneira sustentável, a abundância relativa de certos fatores - no caso da América Latina, os recursos naturais - para, a partir deles, promover um processo de transformação produtiva", continuou García. "O RED 2013 tem como objetivo colaborar para o entendimento desta necessidade de contribuir para a formulação de políticas que impactem positivamente na geração de emprego e produtividade das economias da região".

O estudo mostra a baixa produtividade agregada na região através de uma rede caracterizada por uma enorme quantidade de empreendimentos unipessoais e microempresas, e uma falta de estabelecimentos médios e grandes que são capazes de gerar empregos de qualidade e aumento da produtividade.

"O relatório ressalta a relação que existe entre a restrição do crescimento de empresas dinâmicas e a abundância de empreendimentos de subsistência", disse o titular do CAF. "Ambos os fenômenos estão intimamente ligados e reconhecer este vínculo é crucial no momento de formular políticas públicas a favor do empreendedorismo".

Muitos empreendimentos, mas com pouco potencial produtivo

A América Latina caracteriza-se por uma alta taxa de empreendedorismo entre sua população ativa, mas 75% dos empreendedores da região são, na realidade, microempresários (donos de negócios com menos de cinco empregados) que empregam cerca de 40% dos trabalhadores assalariados do setor privado.

Em outras palavras, as microempresas são muitas e empregam uma fatia bem grande dos trabalhadores da região, embora quase todos em condições informais. Esta situação destaca um importante contraste entre a América Latina e as nações mais desenvolvidas: na região, as empresas são menores ou se criam menos empresas com alto potencial de crescimento.

A pesquisa realizada pelo CAF - que serve de base para o RED 2013 - sugere que este fenômeno não responde a uma menor capacidade para empreender de parte da população latino-americana, mas que na região existe um fluxo maior de novos empreendimentos que surgem como uma via de escape do desemprego, faltando-lhes, desde sua criação, o potencial produtivo e de crescimento.

O Relatório promove, então, a necessidade de favorecer o empreendedorismo produtivo e sustentável através de políticas públicas que entendam a heterogeneidade da população empreendedora e tenham um enfoque multidimensional que integre talento empresarial, laboral, inovação e financiamento.

Os capítulos do RED 2013 são:

  • O empreendedorismo como motor do desenvolvimento.
  • Quem são os empreendedores na América Latina?
  • Microempresas: fonte de crescimento ou refúgio do desemprego?
  • Transformação produtiva e empresas de qualidade.
  • Políticas para o empreendedorismo, o emprego e a produtividade.

Para ver o RED 2013clique aqui.                   
Para ver o resumo no Focus América Latina clique aqui.

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