Empresas espanholas recebem apoio em projetos latino-americanos de infraestrutura

Com o relatório "Infraestrutura e Desenvolvimento na América Latina" (IDeAL 2013), a Instituição oferece uma construção sustentável a longo prazo, que garanta benefícios locais, utilizando esquemas de parceria público-privada

27 de maio de 2014

O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina- apresentou na Casa de América de Madri o Relatório IDeAL 2013  sobre infraestruturas na região latino-americana, um estudo que chamou a atenção das empresas espanholas que têm intenção de participar nos novos projetos de engenharia e construção que devem começar na América Latina nos próximos anos. 

Esta publicação sobre as infraestruturas foi apresentada durante o ciclo "Perguntas Estratégicas da América Latina", realizado em colaboração com a Casa de América e que desta vez teve como palestrantes Guillermo Fernández de Soto, diretor do CAF para a Europa, Juan Antonio Sosa, vice-presidente corporativo de Infraestrutura da entidade e que elaborou o estudo, e Thomas Poveda, presidente da Casa de América, co-organizador do ciclo. 

"A América Latina enfrenta uma grande e única oportunidade para alcançar o desenvolvimento integral nas próximas décadas, e conta com que a experiência acumulada da Espanha chegue à região para facilitar este progresso", disse Fernández de Soto. "Existe no CAF uma total convicção de que a Espanha e os países latino-americanos crença total que CAF em Espanha e países latino-americanos têm grandes possibilidades de colaboração entre si neste âmbito, tanto no aspecto econômico como no comercial".

"A agenda estratégica o documento apresenta formula diversas linhas de ação orientadas a médio e longo prazo, e destaca a necessidade de aumentar significativamente o investimento em infraestruturas", assegurou Antonio Juan Sosa, que ressaltou a oportunidade de poder realizar estes investimentos com uma boa gestão entre o setor público e o privado. 

O IDeAL 2013 revela que o progresso tem sido modesto nos últimos anos: em 2010, o nível de investimento na América Latina se aproximava aos 3% do seu PIB, e os dados disponíveis para 2011 e 2012 sugerem que o investimento se manteve aproximadamente no mesmo nível, considerando que nestes anos o PIB cresceu na região. No entanto, espera-se um aumento da demanda de projetos de infraestruturas. 

O relatório dá o exemplo da crescente abertura comercial que está sendo adotada por vários países latino-americanos ao avançar em tratados de livre comércio. "Isso impactou e vai impactar sensivelmente as demandas de infraestrutura", afirmou Sosa, que também alertou para a necessidade de que a região acelere o ritmo de seleção, formulação e avaliação de projetos de investimento para que estes estejam prontos para serem construídos em poucos anos. 

A jornada incluiu um debate sobre "A experiência das grades empresas de infraestruturas na América Latina", moderado por Luis Esteban Manrique, jornalista e escritor, colaborador do esglobal, com a participação de José Manuel Morán, membro do Conselho Consultivo da Abertis, Miguel Jurado, diretor-geral de Construção da FCC, e Salvador Myro, diretor de Desenvolvimento da Iridium Concessões, que compartilharam suas experiências em diversos projetos de infraestrutura que desenvolveram na América Latina. 

Resultados do IDeAL

As conclusões do relatório relatório surgem da análise dos resultados dos diferentes setores de infraestrutura (transporte, energia elétrica, transporte de gás, telecomunicações, gestão integral da água e financiamento). Concretamente, afirmam que os países da América Latina têm progredido de maneira exemplar em seus investimentos em energia e telecomunicações, alcançando um progresso intermediário em seus projetos de portos e aeroportos, e estão atrasados em seus investimentos e manutenção de estradas, água potável, saneamento e ferrovias. 

O estudo visa construir uma visão comum sobre o estado das infraestruturas na América Latina, analisar o impacto das infraestruturas no desenvolvimento interno, assim como seu impacto na inserção internacional das economias. Também oferece uma seção que quantifica o investimento público e privado em infraestrutura de cada país, com dados de campo para os últimos três anos.

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