CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
11 de novembro de 2016
Quatro damas dedicaram-se com paixão à criação artística e mostraram sua capacidade de assimilar a influência dos grandes movimentos plásticos da sua época. Esta notoriedade se destaca em seu desenvolvimento integral, que deixou um legado na história da arte venezuelana. O CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina- quis comemorar os 20 anos da Galeria CAF, unindo forças com a Galeria de Arte Nacional (GAN) em seu 40º aniversário e com alguns colecionadores particulares, com a apresentação da exposição "Pioneras" (Pioneiras), que reúne as artistas Mary Brandt, Elsa Gramcko, Luisa Palacios e Maruja Rolando, como uma homenagem à mulher nos seus esforços para alcançar lugares de destaque na sociedade.
A exposição, cuja maior parte pertence à coleção da GAN, é formada por um conjunto de obras significativas que foram expostas em museus, participaram de mostras nacionais e internacionais ou foram premiadas em importantes concursos de arte.
"Decidimos avaliar o papel do feminino ao prestar uma homenagem a quatro artistas venezuelanas que foram as percussoras de novas tendências plásticas na Venezuela em meados do século XX, e também foram as pioneiras na projeção do seu gênero na cultura nacional", disse o presidente-executivo do CAF, Enrique García. "A obra de Mary Brandt, Elsa Gramcko, Luisa Palacios e Maruja Rolando perdura e faz parte de coleções de museus venezuelanos e do exterior".
As obras destas artistas expressam uma vivacidade não apenas graças aos seus fortes traços, mas sim nos materiais utilizados. As quatro buscam romper limites com os meios utilizados e transferem os padrões tradicionais da sociedade à qual pertenciam com uma produção artística incomum.
"É uma alegria reunir em um mesmo espaço uma mínima representação da obra destas artistas para perceber o alto nível artístico que elas obtiveram e mostrar sua importante participação no mundo das artes plásticas na segunda metade do século XX na Venezuela", disse Mariela Provenzali, curadora da Galeria CAF.
Unidas pela atitude da busca do essencial em seus campos criativos, também compartilham uma mesma ambição estética e poética. Seus legados formam um fluxo intricado que permite avaliar o compromisso que um artista assume ao se tornar de maneira vital a indagação pessoal para uma expressividade de vanguarda.
As artistas
Dominada por um impulso interior que a leva a romper regras, Mary Brandt manifesta em sua obra a necessidade de ir além do convencional. Como em uma urgência vital de rebeldia, seu caráter impetuoso pode ser percebido de maneira sutil em um desenho requintado e ao mesmo tempo mordaz em um grafite representando o mundano, assim como no corte ou na dobra de um tecido onde é possível exibir tanto o suporte como a cor. Parece ter vivido entre dois polos, o abstrato na pintura e o figurativo no desenho, unindo-os em uma obra gráfica extraordinária.
Elsa Gramcko consegue definir sua impecável e intuitiva noção compositiva tanto na mais nítida e delicada abstração em uma tela, como em sua obra construtiva realizada com materiais toscos. Ambas as expressões têm um fundo próximo à poesia. Sua paleta recorda a cidade salitrosa da sua infância e adolescência, a paisagem que a viu crescer e que parece ter sido sua fonte de imaginação. Sua obra informal, combinada com a paixão pela matéria e pela incorporação de objetos particulares, faz com que seja um dos grandes marcos da arte contemporânea nacional.
Talentosa na pintura desde a infância, de natureza curiosa e ávida para absorver conhecimento, Luisa Palacios relacionou-se com o mundo intelectual em encontros com famosos criadores nacionais e internacionais. Isso a motivou a abrir uma reconhecida oficina de arte, importante centro de reflexão e experimentação, iniciando técnicas de vanguarda que a levaram a ser precursora da gravura de arte moderna no país. O virtuosismo gestual em sua pintura neofigurativa sugere um conteúdo emocional que revela um gesto esplêndido e solidário com a condição humana.
Maruja Rolando deixou uma extensa obra em sua curta vida. De alta sensibilidade e simplicidade, seu desenvolvimento artístico se caracterizou por ser livre e solto. A busca permanente da sua própria linguagem a levou a explorar tendências que marcavam o padrão na época, aprofundando na informalidade. Sua paixão pela arquitetura a levou a imaginar atmosferas e espaços que são vistos na sua pintura. Sua obra gráfica é lida como o alicerce dos espaços imaginários, como se uma estrutura segurasse a massa pictórica que a caracteriza.
Com o objetivo de proporcionar e incentivar ações que resultem na obtenção da igualdade de gênero, o CAF apresenta "Pioneras", sua 70ª exposição, e interpreta um sentimento que se manifesta fortemente nestes tempos: resgatar e promover o papel da mulher no desenvolvimento econômico, social e cultural das nações.
19 de novembro de 2024
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