CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
08 de abril de 2016
A economia mundial atravessa momentos de incerteza e a América Latina não está imune. Após ter se recuperado com força da crise financeira global de 2009, a economia da região perdeu velocidade desde 2012, alcançando um crescimento de apenas 1% em 2014. As expectativas para este ano apontam para um crescimento inferior a 2%.
Este contexto externo menos favorável voltou a destacar as deficiências macroeconômicas históricas na América Latina, que nos bons tempos tinham ficado em segundo plano: a baixa produtividade e as brechas de investimentos em infraestrutura.
"Agora, mais do que nunca, é necessário promover uma transformação produtiva dirigida a inserir as nossas economias nas cadeias globais de produção para obter um crescimento sustentável com inclusão social", afirma o presidente-executivo do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina-, Enrique García.
A transformação produtiva envolve a adoção de duas estratégias principais: a acumulação de mais capital, inovação e tecnologia, junto com uma alocação mais eficiente dos recursos produtivos para passar de economias com base em vantagens competitivas tradicionais para modelos diversificados com valor agregado. O CAF tem sido sempre seu maior incentivador.
Um dos principais caminhos para essa transformação começa com o fechamento da brecha crônica de investimentos em infraestrutura da região, uma questão que será abordada no Fórum Estratégico Mundial 2016, cuja sexta edição será realizada nos dias 11 e 12 de abril em Miami, com a presença de García e uma série de painéis de debate para discutir os desafios que a região enfrenta.
"A América Latina avançou no desenvolvimento de infraestrutura, embora o progresso tenha sido desigual nos países e nos setores", indica García.
Os números mais atuais que estão disponíveis revelam que o progresso ocorre a um ritmo consideravelmente inferior ao necessário: o crescimento está em torno de 3% do PIB - abaixo dos 5% necessários para fechar a brecha, e dos 6% alcançados, por exemplo, na Ásia.
O desafio é como financiar essas obras, um desafio que envolve a utilização de métodos inovadores de financiamento para reduzir a dependência de fundos públicos, especialmente em momentos em que os cofres dos governos da região não dispõem de recursos adicionais.
"Os bancos comerciais, com as restrições impostas através dos Acordos da Basileia, agora têm limitações e o que se necessita é conseguir a colaboração de outros fundos institucionais como os fundos de pensão", afirma Jorge Kogan, assessor sênior da Vice-presidência de Infraestrutura do CAF. "O papel desses investidores é crucial já que sem essas contribuições não será possível fechar a brecha em relação ao investimento em infraestrutura na região".
Os bancos de desenvolvimento multilaterais desempenham um papel importante para atrair capitais, pois os acordos que possuem com os governos têm proteções e garantias que oferecem confiança para estes fundos, de natureza sempre conservadora.
No caso da CAF, o banco também trabalha para promover soluções inovadoras para multiplicar os fundos disponíveis para projetos de infraestrutura na América Latina.
A criação do CAF Asset Management para promover fideicomissos de dívida sênior para canalizar a maior demanda do setor privado, especialmente de investidores institucionais, como os fundos de pensão, é um exemplo.
"Estes são mecanismos para atrair os capitais disponíveis no mundo, para assegurar que os fundos que atualmente estão em outros investimentos sejam investidos em infraestrutura", explica Kogan.
No entanto, o caminho não está livre de obstáculos.
A principal limitação é a falta de condições institucionais e jurídicas adequadas nos países da região. A segunda está intimamente ligada à primeira.
"Os fundos estão no mercado e buscam projetos", diz Kogan. "Os países têm que fazer sua lição de casa para melhorar a qualidade das instituições e suas regulamentações, e ter bons projetos para atrair esses fundos".
Essas são razões mais que suficientes para promover uma transformação produtiva.
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