CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
O VIII Fórum Latino-americano e do Caribe do Carbono contribuiu para mostrar as diferentes oportunidades de atuação perante as mudanças climáticas e para o intercâmbio de experiências entre os diversos países
15 de setembro de 2014
Com um apelo urgente aos governos da região para que priorizem a agenda climática, foi encerrado o VIII Fórum Latino-americano e do Caribe do Carbono (LACCF). Cerca de 100 especialistas e autoridades nacionais e internacionais, durante três dias, apresentaram iniciativas e informações relevantes sobre as mudanças climáticas, destacando a necessidade de se migrar para economias baixas em carbono.
"O fórum promoveu oportunidades e parcerias público-privadas que incentivam projetos eficientes e competitivos, facilitam nossos países a migrar para economias baixas em carbono e nos permitem a adaptação às novas condições de mudanças climáticas", comentou Ligia Castro, diretora de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina.
O evento, no qual participaram cerca de 700 pessoas entre autoridades, expositores e público de 39 países, é o prelúdio para promover o que seria o rascunho do acordo que se espera que sairá da conferência das partes na COP20 em Lima, em meados de dezembro, e que será um passo fundamental para a obtenção de um acordo global na COP21 de Paris, em 2015.
"Estou impressionado com a participação da América Latina e do Caribe para enfrentar as mudanças climáticas", disse John Kilani, diretor do programa de Mecanismos de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC). "A busca proativa de soluções para colocar um preço no carbono, o interesse neste mercado e as ferramentas baseadas no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo são bastante promissores às vésperas da conferência de Lima".
Durante o evento, insistiu-se aos representantes dos países sobre a necessidade da fixação de um preço do carbono para as empresas. "A região converteu-se em um centro de inovação, incluindo sistemas verdes de transporte, energia limpa, seguros contra os desastres naturais e programas de conservação florestal", declarou James Fechar, diretor de Mudanças Climáticas do Banco Mundial. "No entanto, nós não veremos os investimentos necessários em tecnologias limpas sem fixar um preço significativo para o carbono".
Para os especialistas é importante obter um acordo tarifário do carbono em pró do desenvolvimento sustentável que seja amigável ao meio ambiente. "Tivemos uma poderosa demonstração da força do negócio em toda a América Latina durante o fórum; era possível sentir o entusiasmo e o fluxo de criatividade nas discussões", assegurou Dirk Forrister, presidente da Associação Internacional de Comérico de Emissões (IETA), no encerramento do evento. "Isso é justamente o que necessitamos para uma nova onda de ação: a mensagem mais importante é que o preço do carbono é essencial porque é a chave para novos investimentos".
Casos de sucesso, projetos inovadores e melhores práticas também foram apresentados durante o fórum. Por exemplo, a Costa Rica converteu-se no país líder dos mercados de carbono após estabelecer o imposto ao carbono há 17 anos.
"Esse imposto que se paga no momento do abastecimento de combustível dos veículos gerou mais de 200 milhões de dólares que foram investidos na proteção florestal, no reflorestamento e nas comunidades indígenas, além de levar muita riqueza para a área rural, que é onde há mais pobreza", disse Álvaro Umaña, ex-ministro do Meio Ambiente da Costa Rica.
A oitava versão do LACCF foi realizada em Bogotá, de 3 a 5 de setembro. A abertura foi de responsabilidade do ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Gabriel Vallejo, do diretor-representante do CAF para a Colômbia, Víctor Traverso, entidades anfitriãs do evento.
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