Forte impulso à integração digital da América Latina

Um grupo de destacados especialistas internacionais fez um apelo para o comprometimento na criação de um mercado digital latino-americano que impulsione a competitividade, fomente a integração regional e reative o crescimento econômico

21 de junho de 2017

Uma das principais conclusões do 5º Congresso Latino-americano de Telecomunicações, realizado em Cartagena, Colômbia, de 20 a 23 de junho, é a necessidade de se comprometer com a consolidação de um mercado único regional que potencialize os processos de integração e contribua para que a América Latina possa competir com garantias com as economias mais avançadas.

Para este processo ser bem-sucedido e alcançar crescimento integral que inclua os cidadãos e as empresas de pequeno e médio porte, deverá ser intimamente ligado aos principais desafios que enfrenta a região, como são o aumento da produtividade e a competitividade, a redução das desigualdades ou a melhoria das infraestruturas digitais.

Conforme destacou Mauricio Agudelo, especialista em TIC de CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, até aquela data, os esforços para criar um mercado regional digital foram sujeitos às necessidades de cada país, e não tem havido muitos incentivos para uma integração regional efetiva.

“Devemos analisar como promover o comércio eletrônico e de mercadorias entre os países da região. Para isso, será importante estudar como os países da Ásia e do Pacífico estão desenvolvendo a economia da Internet, ou a visão da União Europeia em questões de dados, geolocalização de empresas ou de economia digital”, afirmou Agudelo em um painel de alto nível organizado pelo CAF.

Existem várias iniciativas que estão impulsionando a integração digital regional, entre as quais se destaca a Aliança do Pacífico, embora o consenso geral seja de que, mesmo tendo registrado alguns avanços, ainda não se alcançou todo o potencial implícito nos processos de integração eficientes.  

“A missão dos países da Aliança do Pacífico é agir com um plano concreto desenvolvido para impulsionar a economia digital. A questão é como podemos nos integrar sem acentuar as lacunas em cada país e contribuir para o desenvolvimento. Isso deve ser feito através de um trabalho colaborativo entre todos os setores”, disse Luz María García, assessora da Subsecretaria de Economia do Chile.  

Por sua parte, Wilson Peres, assessor econômico da CEPAL, apelou para a ênfase do papel protagonista das empresas no processo de integração digital, porque a regulação e o protagonismo das empresas podem ajudar a ter taxas esperadas que sejam atraentes. “Estamos no caminho certo, mas agora é a hora de acelerar,” afirmou.

Santiago Pinzón, vice-presidente de transformação digital da ANDI, disse que “o principal desafio é que as alianças regionais se materializem no dia a dia dos empresários. Se não alcançarmos uma lógica de custo-benefício, nada muda para poder competir com o mundo. Precisamos de regras claras para poder competir”.

Walker San Miguel Rodríguez, secretário-geral da CAN, disse que “para as pessoas, os desafios se resumem em duas palavras: mais conectividade e interconexão”. E do lado institucional, os organismos supranacionais devem apostar em uma maior integração e convergência”.

Para finalizar, Oscar León, secretário-executivo da CITEL (OEA), assegurou que é importante traduzir as iniciativas abordadas no evento em um documento-base de prioridades sobre as quais devem se concentrar todos os esforços que visam à integração digital da América Latina.

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