CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Através de investimentos, cooperações e conhecimentos em setores como infraestrutura, educação, água e saneamento básico, CAF contribui para reduzir a lacuna laboral entre homens e mulheres
09 de março de 2016
Apesar dos avanços realizados nos últimos anos, a lacuna na participação e igualdade salarial no mercado laboral continua afetando as mulheres no mundo. Na América Latina, o panorama é menos encorajador ao se considerar que é o continente mais desigual, e no qual as mulheres não alcançam uma participação trabalhista superior a 55%.
Esta questão foi discutida no debate "A igualdade de gênero e o desenvolvimento na América Latina", que contou com a participação de Aude Maiao-Coliche, embaixadora da União Europeia na Venezuela; Lara Blanco; diretora-adjunta da ONU Mulheres; Enrique García, presidente-executivo do CAF; e José Carrera, vice-presidente de Desenvolvimento Social da instituição financeira.
"CAF está comprometido com a promoção da igualdade de gênero na região", disse Enrique García. "Este compromisso se reflete através do impacto dos projetos que financiamos, das cooperações técnicas que promovemos, da geração de conhecimento e de espaços de debate como esses que nos permitem discutir sobre a importância de políticas públicas que incentivem uma maior participação das mulheres no mercado laboral e no desenvolvimento da região".
A embaixadora da União Europeia na Venezuela, Aude Maiao-Coliche, destacou o papel das mulheres para impulsionar a recuperação econômica no velho continente.
"Graças à implantação de leis que obrigam que as empresas tenham mulheres em suas diretorias, sua participação em cargos de liderança cresceu", declarou a embaixadora. "Agora, com iniciativas como as promovidas pelo Fundo Monetário Internacional para incorporar mais mulheres ao mercado de trabalho europeu a fim de reativar a produção, esperamos uma redução da lacuna que continua sendo significativa em comparação com os homens".
Lara Blanco, diretora-adjunta da ONU Mulheres, destacou no seu discurso a necessidade de executar políticas públicas que incluíam as necessidades das mulheres.
"Os sistemas de creches que permitem que as mulheres continuem trabalhando são um grande passo, mas devem ter horários que se ajustem aos seus empregos", explicou Blanco. "Outro problema que se sobressai especialmente na América Latina é a informalidade trabalhista e o trabalho não remunerado".
Para finalizar, José Carrera, vice-presidente de Desenvolvimento Social do CAF, assegurou que gênero não é um assunto apenas de mulheres.
"Gênero é uma construção social que denota uma estrutura e uma relação de poder", disse Carrera. "Atualmente, o poder está nas mãos dos homens, tanto a nível mundial como na América Latina; por isso, se queremos avançar para melhorar as condições de equidade e de igualdade de gênero temos que contar com a participação ativa de todos os membros da sociedade, homens ou mulheres, sem distinção", continuou. "A carga do esforço recai principalmente nos homens, porque eles estão em posições de poder e têm a possibilidade de abrir as oportunidades e os espaços para a mudança".
O desenvolvimento igualitário das mulheres deve ser uma prioridade para todos os países e para alcançar este objetivo se exige o esforço conjunto da sociedade civil, dos governos e das agências multilaterais. Essa foi uma das principais conclusões que surgiram deste evento, que foi realizado na sede do CAF.
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