CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Desenvolver a infraestrutura de última milha, conectar as pessoas que moram em áreas remotas e incentivar o investimento do setor privado são algumas das propostas discutidas no painel de Economia Digital na Conferência Infraestrutura para o Desenvolvimento da América Latina, promovida pela CAF.
26 de abril de 2018
Existe uma relação direta entre o crescimento do ecossistema digital e o da produtividade dos países, e "estima-se que uma velocidade maior de banda na internet leva a um aumento de aproximadamente 0,30% do PIB", explicou Raúl Katz, presidente da Telecom Advisory Services LLC, na apresentação do painel de Economia Digital na última Conferência Infraestrutura para o Desenvolvimento da América Latina, promovida pelo CAF - banco de desenvolvimento da América Latina.
Apesar do avanço na cobertura da internet na América Latina e no Caribe nos últimos anos, 288 milhões de pessoas ainda não têm acesso a esse serviço. Isso significa que 46% da população não tem acesso aos serviços oferecidos pela conectividade digital, como telemedicina, teleducação, sites governamentais, internet banking, entre outros. Em termos de capacidade e qualidade das redes, os desafios continuam sendo significativos. Apenas quatro de cada dez domicílios têm conexão de banda larga fixa, e os acessos individuais à internet não passam de 35%. A defasagem de acesso também é expressiva entre as famílias de baixa renda e nas áreas rurais, onde persistem assimetrias importantes na cobertura e viabilidade dos serviços digitais.
Katz enfatizou a importância dos governos na área digital como organismos reguladores “para evitar assimetrias entre usuários da rede e garantir a igualdade no que diz respeito ao pagamento de impostos e incentivos para o desenvolvimento de infraestrutura de última milha”. María Inés Baqué, secretária de Governo Digital e Inovação Tecnológica do Ministério de Modernização da Argentina, salientou a importância das agendas digitais para poder "incluir a população de áreas remotas" e comentou que "outro mecanismo para desenvolver a estrutura de última milha é compartilhar a infraestrutura de serviços públicos para reduzir os custos de transporte".
Por sua vez, Andrea Folgueiras, CTO da Telefónica Hispanoamérica, explicou que atualmente, na área de operação da Telefónica, “há 100 milhões de pessoas sem acesso à internet, sendo que 40% delas somente têm cobertura de 2G e o resto não tem nenhum tipo de cobertura”. As principais barreiras para solucionar esses problemas em áreas rurais são: a falta de pessoas, recursos e acesso. Este último é especialmente importante, porque sem estradas é difícil transportar equipamentos. Essas barreiras são superadas pelo trabalho com as comunidades, pelo apoio das ONG e por uma melhor coordenação entre diferentes níveis de governo.
Durante sua apresentação, Sebastián Cabello, diretor da GSMA para a América Latina, convidou a “explorar os impostos à conectividade implementados por Bogotá e Barranquilla como fonte de financiamento da infraestrutura”, a fim de poder estruturar adequadamente os altos custos que esse tipo de investimento implica. Também comentou que “o modelo de licitação desse setor tem que ser mudado para dar resposta a uma demanda maior. Nesse sentido, vale revisar o modelo do Chile, onde não se paga pelo uso, mas pela implementação da infraestrutura”.
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