José María Aznar: a imigração latino-americana contribuiu para o sucesso econômico da Espanha no período mais próspero no país

O ex-primeiro-ministro do Governo da Espanha foi o primeiro convidado de Enrique García no programa Conversando com o CAF, no qual líderes globais compartilham suas perspectivas sobre temas atuais e seu impacto na América Latina

30 de abril de 2015

A imigração entre a Espanha e a América Latina beneficiou notavelmente as duas regiões, ressaltou o ex-primeiro-ministro do Governo da Espanha, José María Aznar, durante uma conversa com o presidente-executivo do CAF, Enrique García.

"Eu não poderia explicar o sucesso econômico [da Espanha] no meu período de governo... sem a imigração latino-americana", disse Aznar, observando que até cinco milhões de imigrantes latino-americanos chegaram à Espanha buscando oportunidades durante os anos 90 e o início do novo milênio.

O encontro aconteceu em Londres durante a produção do programa Conversando com o CAF. Aznar e García destacaram a relação estreita e histórica entre a Espanha e a América Latina, abordando diversos assuntos entre os que se destacam economia, imigração e geopolítica.

Aznar também ressaltou os importantes laços comerciais registrados atualmente entre as regiões. "A presença espanhola na América Latina nas últimas décadas converteu a Espanha no segundo maior investidor do mundo na América Latina em seu conjunto e no primeiro em alguns países da América Latina", disse Aznar. O ex-presidente também salientou que os mercados da América Latina permitiram, em grande medida, a internacionalização da empresa espanhola e que o mercado espanhol tem representado uma oportunidade de expansão para as multilatinas hoje em dia.

O presidente-executivo do CAF também destacou o importante papel que o CAF desempenhou para facilitar a entrada das empresas espanholas na América Latina. "A presença de uma instituição como o CAF dá um matiz catalisador importante de segurança", afirmou García.

García lembrou que a entrada da Espanha no CAF, que junto com Portugal são os únicos membros da instituição que estão fora da América Latina e do Caribe, ocorreu durante a gestão de Aznar. "A decisão geopolítica que o CAF tomou era essencialmente de manter países da América Latina e do Caribe, com a exceção que pudesse ser ibero-americana", explicou García.

O ex-presidente, que governou o país ibérico de 1996 a 2004, também conversou com García sobre a Iniciativa da Bacia do Atlântico que lidera na Johns Hopkins University e que visa promover o potencial desta região no cenário global. "Se olhamos a Bacia do Atlântico chegamos à conclusão de que muita gente a ignora, e que se trata das maiores reservas de petróleo, de gás, de matérias-primas, de minerais, de alimentos e de água no mundo", declarou Aznar.

Em relação à sua Espanha, Aznar reconheceu que as atuais reformas econômicas em curso neste país aceleraram o crescimento em comparação com o resto da Eurozona, mas destacou que o grande problema da Europa e o grande problema da Espanha neste momento é a alta taxa de desemprego.

Para ver o diálogo entre Aznar e García acesse o site www.conversandoconcaf.com e o canal do YouTube Conversando con CAF.

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