Medição da pegada de carbono em empresas privadas e projetos ambientais já são possíveis na Bolívia

Com o apoio do CAF realizou-se um projeto de quantificação e redução de emissões de gases de efeito estufa em empresas do setor privado e projetos ambientais.

15 de março de 2012

(La Paz, 15 de março de 2012) - Nos escritórios do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina, em La Paz, apresentaram-se as conquistas e os resultados do projeto Promoção e Divulgação da Norma Boliviana NB-140641, incentivado pela instituição financeira latino-americana e executado pelo Instituto Boliviano de Normas e Qualidade (Ibnorca), em coordenação com os Serviços Ambientais S.A, com o objetivo de iniciar a aplicação voluntária da norma como um padrão para a quantificação e redução de emissões de gases de efeito estufa no setor privado e em projetos ambientais.

Os objetivos principais do projeto foram a criação de condições para a verificação dos inventários da pegada de carbono de empresas e fundações que realizam projetos ambientais; a validação de projetos de redução a partir do estabelecido na norma; e a criação de um esquema de neutralização de emissões, tudo através das experiências-piloto com várias empresas nacionais. Nos 11 meses de duração do projeto também trabalhou-se no reforço das capacidades institucionais no Ibnorca.

A pegada de carbono representa a quantidade total de emissões de gases de efeito estufa gerada por uma entidade em um ano e é a principal causa das mudanças climáticas, portanto, as empresas de todo o mundo traçaram como um objetivo fundamental a redução dos níveis de emissão. Este objetivo pode ser alcançado através de uma medição válida e da aplicação de práticas de eficiência energética, administração de materiais e suprimentos, investimento em projetos de redução de emissões e compra de créditos de carbono.

Experiências-piloto

Nove empresas e três organizações ambientais participaram no projeto e realizaram avaliações-piloto nas quais a consultora Servicios Ambientales calculou suas emissões, que foram verificadas pelo Ibnorca segundo a Norma Boliviana ISO 14064:1.

As empresas incluídas foram: Banco Bisa, BZ Group, Energia, Energética, Gravity, Indústrias Fino e Saguapac, as quais receberam um guia de melhores práticas para obter eficiência energética, otimizar a administração de resíduos e minimizar o consumo de combustível.

Além disso, trabalhou-se com a Associação Inti Illimani (AII) e seu projeto de fornos solares na região dos Yungas; com Swisscontact e seu projeto de eficiência energética no setor oleiro, e com a Fundação Natura e seu projeto de proteção de bosques na Reserva El Choré.

Resultados

Concluído o projeto financiado pelo CAF, o empreendedorismo privado boliviano conta com a capacidade institucional para a verificação dos inventários da Pegada de Carbono e para a validação e verificação dos projetos de redução de emissões sob responsabilidade de uma instituição reconhecida nacionalmente como é o Ibnorca.

Do mesmo modo, as empresas e organizações poderão acessar uma medição confiável, consistente e transparente de sua Pegada de Carbono de acordo com a ISO 14064 e, para compensar seu nível de emissões, poderão se declarar empresas “neutras em carbono”, um rótulo que pode demonstrar suas credenciais ambientais a seus clientes e consumidores e fortalecer sua estratégia de Responsabilidade Social Empresarial.

Hoje, o setor privado boliviano tem também a capacidade de neutralizar sua Pegada de Carbono a partir do investimento em projetos de redução de emissões nacionais e pode acessar um esquema de neutralização de emissões criado para reagir rapidamente às mudanças climáticas e contribuir para o desenvolvimento sustentável do país, já que os projetos de redução de emissões permitem melhorar a qualidade de vida dos mais vulneráveis.

Além disso, estas ações têm implicações favoráveis para as exportações a determinados mercados que oferecem oportunidades para produtos com baixa pegada de carbono.

As normas não estão alinhadas a nenhum esquema particular, são independentes e podem ser utilizadas por organizações que participam no comércio, em projetos ou em mecanismos voluntários de redução de emissões.

Assine nossa newsletter