Ministros, especialistas e líderes do setor privado apresentam as oportunidades de investimento em infraestrutura de integração na América Latina

Uma das prioridades da América Latina e do Caribe é impulsionar os investimentos em infraestrutura sustentável e de qualidade para melhorar sua produtividade e o bem-estar de sua população. Como a demanda supera a capacidade do setor público, o setor privado e os bancos de desenvolvimento têm um papel fundamental para alcançar um investimento anual de cerca de 5% do PIB, necessário para fechar as lacunas do setor.

“A infraestrutura é uma peça-chave na integração física e funcional da América Latina. Por isso, promovemos espaços de discussão, como a Conferência CAF, para analisar e divulgar as oportunidades de investimento na região e propor diretrizes que nos permitam estruturar uma agenda estratégica renovada, a qual priorize a eficiência dos investimentos em infraestrutura e integração logística, minimizando externalidades que afetam a produtividade e freiam o desenvolvimento latino-americano”, assegurou o presidente-executivo do CAF, Luis Carranza.

Segundo o Infralatam, entre os países latino-americanos, a Bolívia foi o que mais investiu em infraestrutura em 2015, destinando 8,4% do PIB, enquanto o Peru investiu 6,9%, a Colômbia, 6,4%, o Panamá, 4,5%, o Chile, 3,1% (em 2014), a Argentina, o Uruguai e o Brasil, cerca de 1,6%, e o México, 1,4%.

“O investimento em infraestrutura constitui um dos pilares para o desenvolvimento econômico e social. A Bolívia se propôs olhar para o futuro com projetos regionais como o “Corredor Ferroviário Bioceânico Central” ou o “Hub aeroportuário de Viru Viru” para integrar-se em melhores condições com o comércio internacional”, destacou Mariana Prado, ministra de Planejamento da Bolívia.

Por sua vez, a ministra da Fazenda do Paraguai,  Lea Giménez, explicou que: “Uma parte significativa do programa de investimento público do Paraguai é destinada à integração regional. Um exemplo emblemático é o recente projeto de corredor bioceânico, cujas obras começarão este ano. A iniciativa pretende integrar quatro países a partir do litoral atlântico do Brasil, passando pelo chaco paraguaio, depois pela Argentina e terminando na costa pacífica do Chile. Esse tipo de projeto representa a nova visão integrativa que vemos na América Latina, a qual gerará inúmeras oportunidades de investimento”.

Ministros de Economia, Finanças e Planejamento, representantes do setor privado e especialistas da América Latina e da Espanha analisaram, em Madri, durante a Conferência “CAF: Infraestrutura para a Integração da América Latina”, as oportunidades para a integração latino-americana por meio do desenvolvimento de infraestrutura e da abordagem de corredores logísticos, bem como os desafios e oportunidades de financiamento de projetos e programas de investimento prioritários, a fim de avançar em uma agenda de integração regional.

Embora seja necessário aumentar o investimento em infraestrutura em quantidade e qualidade, também é preciso atender outros aspectos que favorecem a funcionalidade e a sustentabilidade dos investimentos, como, por exemplo, os relacionados com o financiamento, a aplicação de novas tecnologias, a adaptação às mudanças climáticas, a contribuição para reduzir as inequidades sociais e territoriais, entre outros.

“A Colômbia tem muito a contribuir. Apresentamos na Conferência as inovações que introduzimos nesses últimos anos para transformar a geografia da Colômbia com novas obras que permitirão que o nosso país seja mais competitivo e possa crescer mais rapidamente”, afirmou o ministro da Fazenda da Colômbia, Mauricio Cárdenas.

A Conferência “CAF: Infraestrutura para a Integração da América Latina”, realizada na Casa da América em Madri, Espanha, contou com a participação de José Luis Ábalos, ministro do Fomento da Espanha; Ana de la Cueva, secretária de Estado de Economia e Apoio à Empresa da Espanha; Pilar Más, diretora-geral de Análise Macroeconômica e Economia Internacional do Ministério de Economia e Empresa da Espanha; Esteves Colnago Junior, presidente do Conselho Diretor do CAF e ministro de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão do Brasil; Mariana Prado, ministra de Planejamento do Desenvolvimento da Bolívia; Dyogo de Oliveira; presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) do Brasil; Mauricio Cárdenas, ministro da Fazenda e Crédito Público da Colômbia; Humberto Colman, vice-ministro da Fazenda do Paraguai; Pedro Grados, presidente do Conselho Diretor da Corporação Financeira de Desenvolvimento do Peru; Mario Bergara, presidente do Banco Central do Uruguai; Santiago Miralles, diretor-geral da Casa da América; Salvador Marín, presidente do COFIDES; Narciso Casado, diretor do Gabinete da Presidência, Relações Internacionais e Institucionais da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE); Isaac Martín-Barbero, presidente da INCEO; e Juan Béjar, presidente da Globalvía, entre outros.