O CAF aprovou em 2022 mais de US$ 14 bilhões para promover o desenvolvimento da América Latina e do Caribe

Durante 2022, a organização multilateral contribuiu para levantar a voz da América Latina e do Caribe e posicionar a região como um ator imprescindível nos principais desafios globais, como as mudanças climáticas, a digitalização, as cidades sustentáveis ou o aproveitamento dos fluxos migratórios.

29 de dezembro de 2022

Ao longo de 2022, o CAF aprovou um total de USD 14,094 bilhões para financiar iniciativas de desenvolvimento dos países da América Latina e do Caribe. Esses fundos foram utilizados para incentivar a reativação da economia e o setor produtivo e financeiro, e se concentraram, entre outros, nas infraestruturas de energia, transportes e telecomunicações, água e saneamento, meio ambiente e mudanças climáticas, educação e digitalização. Alinhadas com a abordagem da instituição, as aprovações de 2022 contribuirão diretamente para vários dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Em 2022, a Assembleia do CAF aprovou a maior capitalização da história da instituição, no valor de US$ 7 bilhões, o que permitirá duplicar sua carteira até 2030. Os novos recursos apoiarão a reativação da economia nos países acionistas e contribuirão para consolidar a organização multilateral como banco verde da América Latina e do Caribe. O fortalecimento patrimonial se dedicará a converter o CAF no banco verde da América Latina e do Caribe, promover a transição energética justa para os países da região, apoiar os governos subnacionais, promover a integração regional e reforçar o papel do setor privado.

Durante o ano, El Salvador, Chile e Costa Rica se tornaram membros plenos do CAF, o que lhes permitirá acessar novas ferramentas e instrumentos financeiros, assistência técnica e geração de conhecimento tanto para o setor público como para o privado em favor da população, do desenvolvimento sustentável e da integração regional. Soma-se a isso a criação de uma gestão do CAF para o Caribe, que facilitará uma maior integração do Caribe e oferecerá apoio ágil e eficaz à recuperação da economia da região.

O caso do Chile é especialmente ilustrativo da crescente importância do CAF no continente. O país andino, um dos fundadores originais do CAF, voltou à organização como membro pleno e, depois de 45 anos, voltará a ter acesso a linhas de financiamento e a ter voz e voto nas decisões da organização.

“A reincorporação do Chile como membro pleno é uma ótima notícia para o fortalecimento do CAF e para sua consolidação como ator-chave para o desenvolvimento e a integração da América Latina. Estamos orgulhosos por trabalhar junto com o governo chileno para promover o crescimento econômico e sustentável do país e de toda a região”, disse o presidente-executivo do CAF, Sergio Diaz Granados. 

”Em um ano caracterizado pela alta volatilidade nos mercados financeiros como consequência das pressões inflacionárias, aumentos generalizados das taxas de juros globais e vários conflitos geopolíticos, o CAF obteve excelentes resultados financeiros respaldados pelo apoio de seus acionistas, que se materializou com o maior aumento de capital de sua história no valor de US$ 7 bilhões. Entre as principais conquistas destacam-se o aumento de suas classificações de risco por parte da S&P para AA- e da JCR para AA, a melhoria da perspectiva positiva por parte da Fitch, a captação de recursos de longo prazo de um valor próximo de USD 4 bilhões em 30 emissões de títulos em 9 moedas diferentes e a contratação de aproximadamente USD 1 bilhão em várias linhas de crédito, e o aumento de sua presença nos mercados de papéis comerciais tanto nos EUA como na Europa”, disse Gabriel Felpeto, vice-presidente de Finanças do CAF.

Em relação à proposta ambiental, o CAF anunciou que investirá US$ 1,25 bilhão para preservar a saúde dos oceanos. Além disso, continuou trabalhando nas principais linhas de ação para se tornar o banco verde da América Latina e apoiar os países da região em seus compromissos com a conservação do meio ambiente, a preservação dos ecossistemas naturais e a transição energética. No total, nos próximos cinco anos o CAF mobilizará USD 25 bilhões para promover o crescimento verde na região. Isso significa que a carteira verde do CAF passará de 24% em 2020 para 40% em 2026.

”Esses recursos nos permitirão implementar uma série de projetos que ofereçam soluções inovadoras para preservar a biodiversidade, reforçar os ecossistemas marinhos e a economia azul e melhorar as condições de vida das populações mais expostas aos efeitos das mudanças climáticas na América Latina e no Caribe”, disse Christian Asinelli, vice-presidente corporativo de Programação Estratégica do CAF.

Outra das iniciativas mais importantes de 2022 foi a criação da Rede de Biodivercidades do CAF, que está contribuindo para que a conservação da biodiversidade se torne uma parte central do planejamento, do ordenamento territorial e do desenvolvimento socioeconômico das cidades da América Latina e do Caribe. Até o final de 2022, a iniciativa havia sido assinada por mais de 100 prefeitos de cidades de toda a região.

Com a ideia de levantar a voz da região, em 2022 nasceu a América Futura, uma iniciativa liderada pelo jornal espanhol El País e pelo CAF que dá visibilidade às soluções globais originadas na região, àqueles rostos, ideias, conquistas e projetos latino-americanos com grande potencial para contribuir para a sustentabilidade social e ambiental.

Em 2022, o CAF também intensificou seu papel de porta-voz da América Latina e do Caribe em outras regiões por meio de sinergias com parceiros estratégicos como Estados Unidos, Europa, China e Oriente Médio, e contribuiu para uma maior e melhor integração da região nos fóruns globais de tomada de decisão. Nesse sentido, a voz da América Latina e do Caribe e suas soluções ambientais, urbanas e digitais foi levada à Cúpula das Américas, à COP27, à Cúpula dos Oceanos, à Assembleia da ONU e ao Fórum Urbano Mundial, entre outros.

Em 2022 o CAF também anunciou que em 2023 organizará, durante a presidência espanhola do Conselho da União Europeia (UE), uma reunião entre os 60 ministros de Economia e Finanças da UE e os latino-americanos e caribenhos, a fim de alinhar interesses, sincronizar agendas de desenvolvimento, estreitar os laços geopolíticos e fortalecer as relações comerciais entre a Europa e a América Latina e o Caribe.

”No setor privado, aprovamos uma nova estratégia que nos permitirá mudar o modelo operacional, com operações diretas e indiretas, que proporcionarão muito mais rapidez e qualidade à gestão das operações. Também ampliamos o apoio aos bancos de desenvolvimento nacionais e subnacionais, demos maior atenção às operações de de-risking a fim de mobilizar recursos de terceiros, incluindo mais operações de garantia, operações A/B e outros instrumentos não convencionais”, disse Jorge Arbache, vice-presidente do Setor Privado do CAF.

 

Em relação à produção de conhecimento, em 2022 o CAF publicou 112 estudos que ajudaram a gerar linhas de análise que promovem a construção de sociedades mais justas e sustentáveis. Entre eles, destaca-se o RED2022, intitulado "Desigualdades herdadas", que garante que, embora na região muitas pessoas atualmente superem seus pais no que se refere aos níveis educacionais, o progresso não ocorre da mesma maneira em termos de trabalho ou renda. Trata-se de um fenômeno que tem suas raízes na perversa “loteria do berço”, uma vez que fatores como local de nascimento, características do domicílio, gênero e pertencimento a um determinado grupo étnico operam tanto como um fardo quanto como um facilitador para atuar na vida. 

Em 2022, também foi anunciado que a Maratona CAF, também conhecida como Maratona de Integração da América Latina e do Caribe, retornará a Caracas e será realizada no domingo, 19 de março de 2023. A sétima edição da principal competição de 42 quilômetros na Venezuela manterá sua rota tradicional e os padrões de qualidade que a caracterizam. Serão oferecidas 3.000 vagas para a modalidade de 42K e 5.000 vagas para a de 21K.

Por fim, o CAF avançou na implementação de sua nova estratégia para ser o banco da reativação econômica e o banco verde e, assim, apoiar a região em meio a um ambiente macroeconômico cada vez mais desafiador para 2023 e para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. Essa estratégia foi apresentada na primeira reunião de todos os funcionários do CAF, realizada em outubro em Caracas.

”Todos os funcionários do CAF estão comprometidos com os objetivos de ajudar na reativação da economia e se tornar o banco verde da América Latina e do Caribe. Para reforçar o impacto de nosso trabalho, estamos realizando medidas internas para contribuir para um clima organizacional positivo que continue a nos posicionar como uma das instituições líderes do desenvolvimento regional”, disse Carolina España, vice-presidente executiva do CAF.

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