CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Em meio a uma crise econômica global que aumentou a pobreza e a desigualdade na região como consequência de uma situação política difícil, o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- pretende olhar para o futuro e desenvolver o conceito de integração regional. Neste sentido, a organização participou do primeiro seminário "Os desafios da integração económica e política num sistema de crise internacional", pertencente ao ciclo "O Futuro da Integração Regional".
18 de novembro de 2022
Organizado pelo presidente da Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara de Representantes, o evento reuniu organismos internacionais e regionais, bem como expositores com experiência e perfis diferentes, com o objetivo de fornecer uma ampla gama de propostas que permitam avançar em direção a uma integração da América Latina e do Caribe.
As palavras de inauguraram do encontro foram proferidas pela vice-presidente da República, Beatriz Argimón, pelo representante do CAF no Uruguai, François Borit, pelo embaixador Diego Escuder, diretor-geral da Secretaria do Ministério das Relações Exteriores, e pelos deputados Diego Reyes, membro da Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara de Representantes, e Ope Pasquet, presidente da Câmara de Representantes.
"Desde a sua criação, o CAF estabeleceu o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável e a integração. Durante mais de 50 anos, nos apoiamos na compreensão cabal da realidade dos países da região. Esta cooperativa nasceu com o propósito da integração na sub-região andina, e agora integra toda a América Latina e o Caribe, sendo um banco que beneficia 21 países", disse Borit.
Para atingir seus objetivos, o CAF apoia técnica e financeiramente programas relacionados a questões dos setores industrial, infraestrutura, fortalecimento das PMEs, melhoria da logística, saúde, educação, desenvolvimento fronteiriço, entre outros.
O representante do CAF acrescentou que "embora não haja dúvidas sobre os benefícios da integração comercial para a redução da pobreza e a estabilidade macroeconômica com a consolidação de mercados mais amplos, o processo não trouxe todos os benefícios esperados na região".
Diante dessa realidade e motivado pela necessidade de redobrar os esforços para avançar nessa integração, entre dezembro de 2021 e março de 2022, o banco aumentou seu patrimônio em cerca de US$ 7 bilhões, o maior aumento de sua história.
"Um dos grandes desafios da integração é passar da visão à ação, e do planejamento à realização. É fundamental que seja feito um grande esforço em maiores investimentos e organização. Para isso, o CAF disponibiliza instrumentos de apoio desenhados sob cinco critérios muito básicos, mas fundamentais em sua intervenção. Estes são: agilidade, coordenação, sustentabilidade, impacto e concreção. O compromisso com a integração da América Latina e do Caribe só será possível se houver vontade política, confiança e consenso. Esse é o poder virtuoso da união. É preciso pensar como bloco. Quando negociamos globalmente, somos mais fortes", concluiu Borit.
Após o discurso de abertura, deu-se início ao painel intitulado "O Papel das Organizações Multilaterais nos Processos de Integração da América Latina e do Caribe". Participaram deste painel Julio César Valentín, assessor sênior em Programação Estratégica do CAF, Sergio Abreu, secretário-geral da Associação Latino-americana de Integração (ALADI); embaixador Gustavo Martínez Pandiani, subsecretário para a América Latina e o Caribe da Chancelaria argentina, Gabriel Porcile, diretor do Escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em Montevidéu, e Luiz Gonzaga Coelho Junior, diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul.
Valentín indicou que o CAF consolidou-se como "o banco que promove o desenvolvimento sustentável e a integração regional. O CAF vem crescendo, incorporando novos parceiros para atingir hoje um capital de cerca de US$ 30 bilhões, com a particularidade de que os projetos costumam ser bastante ágeis em comparação com os de outras instituições financeiras.
Para o assessor, uma das grandes vantagens da integração é "ter a possibilidade de aproveitar nossas forças e conhecimentos como nações e atores econômicos para tentar participar de forma mais central e decisiva no mundo".
O palestrante disse que, embora o Uruguai seja um "espaço emblemático de integração", já que em 1960 criou a Associação Latino-americana de Livre Comércio (ALALC), substituída em 1980 pela ALADI, e tenha alcançado grandes avanços comerciais, como a redução das tarifas, "a realidade atual exige mais esforços.
"Ao contrário de outros blocos regionais do mundo, em termos de comércio inter-regional, a América Latina e o Caribe apresentam um declínio, apesar dessas medidas. Apenas 15% do intercâmbio comercial são registrados dentro do bloco, ao contrário dos países europeus, onde 60% de seu mercado vêm do comércio inter-regional. Isto significa que devem ser envidados maiores esforços para adaptar outras medidas além das reduções tarifárias. Dentro dessas medidas, o CAF acredita que há muitos desafios ambientais, comerciais, energéticos, econômicos, culturais, políticos, turísticos e regulatórios para a integração", disse ele.
Entre essas disposições, o CAF pretende começar a trabalhar na sustentabilidade. "Emitimos apenas 12% dos gases de efeito estufa. No entanto, somos a região mais ameaçada e vulnerável, o que requer respostas contundentes. É por isso que o banco está considerando um pacto verde que unifique nossos países e nos permita dar respostas concertadas. O CAF, como instituição financeira de desenvolvimento, tem os instrumentos necessários para acompanhar esse desafio de pactuar para alcançar a integração", concluiu Valentín.
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