O grande desafio da América Latina: a cidade acessível

Aumentar a acessibilidade das cidades e reduzir a informalidade em habitação, transporte e emprego, medidas vitais para que a América Latina se equipare aos países da OCDE.

27 de fevereiro de 2018

A informalidade em habitação, transporte e emprego e a pouca acessibilidade nas cidades latino-americanas podem ser as responsáveis pelos baixos níveis de produtividade e competitividade observados e pelo fato de a região não ter atingido os níveis de desenvolvimento dos países da OCDE. É o que conclui o relatório Crescimento urbano e acesso a oportunidades: um desafio para a América Latina (RED 2017), apresentado hoje em Londres por Pablo Sanguinetti, diretor corporativo de Análise Econômica e Conhecimento para o Desenvolvimento de CAF-banco de desenvolvimento da América Latina.

Enquanto menos de 10% dos habitantes do mundo vivem em assentamentos informais, na América Latina a taxa se situa entre 20% e 30%. Muitas cidades da região se caracterizam por altos níveis de informalidade habitacional que, juntamente com a informalidade do transporte público, limitam o acesso a oportunidades de emprego formal para uma grande porcentagem de seus habitantes.

Como explicou Pablo Sanguinetti, o Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED) 2017 propõe três direções para nortear as políticas públicas: o uso e a regulamentação do solo, o acesso à moradia e serviços básicos, e a mobilidade e o transporte.

Em sua análise, o RED 2017 propõe flexibilizar a oferta imobiliária e o quadro regulatório do uso do solo e dos padrões de construção, agilizar os processos para obter licenças de construção e registros de propriedade, fomentar o acesso ao crédito hipotecário, e fazer com que os usuários de carros e motos se responsabilizem por seus deslocamentos (custos sociais e ambientais).

Além disso, o relatório encoraja o fortalecimento das instituições e do Estado para coordenar as políticas públicas e levar as cidades latino-americanas a um novo equilíbrio baseado na inclusão social e no bem-estar dos cidadãos. Somente assim será possível aproveitar as oportunidades que as cidades oferecem em termos de emprego e qualidade de vida.

Após sua apresentação hoje, em Londres, o Relatório de Economia e Desenvolvimento 2017 será apresentado na próxima quinta-feira, 1º de março, na Casa da América, em Madri.

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