O papel dos meios de comunicação em cenários conflitivos

Um dos desafios apresentados no XIX Fórum Euro-latino-americano de Comunicação é que os jornalistas devem analisar e abordar as situações a partir de conversas com a sociedade

30 de outubro de 2013

A insatisfação dos cidadãos  com o poder político, a cobertura da mídia  destas manifestações e os novos desafios  para os jornalistas foram alguns dos temas discutidos durante o XIX Fórum Euro-latino-americano de Comunicação, realizado entre os dias 14 e 16 de outubro, no Panamá.

Para Ricardo Corredor, diretor executivo da Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano (FNPI), embora a região experimente um crescimento econômico ainda há muitas dívidas pendentes que impõem um novo cenário para os profissionais do jornalismo. "Estamos vivendo acontecimentos muito interessantes: protestos e milhões de pessoas na rua (...) talvez seja a outra face de um processo de crescimento econômico que parece estar chegando a um limite", disse Corredor. "Há crescimento, há decepção e muitos desafios". 

Por sua vez, Susana Pinilla, diretora representante do CAF no Panamá, afirmou que os meios de comunicação são uma ferramenta para aprofundar o desenvolvimento sustentável  no continente. "O jornalismo e o conhecimento podem ajudar a construir uma visão da América Latina a longo prazo; uma visão continental que nos permita consolidar os processos para que o crescimento produza inclusão e possamos reduzir a pobreza", declarou.

Quanto ao tratamento informativo destes acontecimentos, Adriana Amado, doutora em Ciências Sociais, docente e pesquisadora de meios de comunicação na Argentina, considera que é necessário analisa-los e abordá-los de uma maneira diferente. 

"Ter a razão antes do tempo é o mesmo que estar equivocado, e os meios de comunicação não pode se equivocar (...) talvez a saída tenha que ver com que encontrem esse lugar na conversação", explicou Amado. "Não ser o que ataca, mas sim aquele que pode ir acompanhando este olhar diferente, e se a sociedade decide tomar o caso, o jornal tenha a flexibilidade suficiente para ser um mais". 

O evento, convocado pelo CAF - banco de desenvolvimento da América Latina-, pela Associação de Jornalistas Europeus (APE por sua sigla em espanhol) e pela FNPI, como parte da Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, contou com a colaboração da Secretaria Geral Ibero-americana. 

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