O sucesso do jornalismo é a credibilidade e a ética

O jornalismo investigativo é considerado chave para a sobrevivência dos meios de comunicação. O contexto latino-americano apresenta novos desafios: a ética e a autorregulação são mecanismos contra a politização dos meios de comunicação

01 de agosto de 2013

O jornalismo investigativo é chamado para desempenhar um papel cada vez mais importante como garantia de sustentabilidade, ética e transparência. É uma das conclusões do XVII Fórum Euro-latino-americano de Comunicação, convocado pela FNPI, pela Associação de Jornalistas Europeus e pelo CAF, no qual se analisou o papel dos meios de comunicação, as mudanças tecnológicas e a ética no contexto dos países da Ibero-américa.

A chave do sucesso do jornalismo é a credibilidade e a ética, o que significa um retorno à sua essência, após passar por uma autocrítica para encontrar seu lugar em um momento em que a crise econômica, o endurecimento das políticas em relação aos meios de comunicação e as transformações tecnológicas dificultam a sobrevivência da prática tradicional.

Felipe Alduante (Chile), diretor editorial da revista América Economia, enumerou os obstáculos para o jornalismo latino-americano: falta de infraestrutura jornalística, dependência de fontes oficiais e ideologização dos meios de comunicação. Além disso, o jornalista argentino Jorge Elías observou o seguinte sobre a politização dos meios de comunicação: "Quando se desvirtua o jornalismo e o meio de comunicação se converte em opositor, perde-se a credibilidade, por mais que se diga a verdade".

A resposta para esta questão foi encontrada na premissa de que tanto os Estados e os meios de comunicação devem ser transparentes, e que - como explicou Jaime Abello, diretor da FNPI, -"a autorregulação também exige transparência por parte dos meios de comunicação".

Javier Darío Restrepo, diretor do Consultório Ético da FNPI, apresentou os seguintes pontos: que várias práticas do jornalismo devem ser submetidas a questionamentos; que o jornalismo não pode se vitimizar; e que a autorregulação não é autocensura. "Autorregula-se aquele que deseja fazer um melhor jornalismo", ressaltou Restrepo.

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