CAF aprova US$ 2,478 bilhões para o desenvolvimento da região
05 de dezembro de 2024
A capacitação econômica e empresarial das mulheres é imprescindível para construir sociedades modernas, prósperas e inclusivas.
29 de janeiro de 2018
As sociedades modernas parecem saber claramente que chegou a hora das mulheres conquistarem um papel social mais equitativo, justo e proeminente, que contribua tanto para seu empoderamento como para o desenvolvimento integral dos países.
Campanhas como #NemUmaAMenos em vários países latino-americanos, #EuTambém nos Estados Unidos, ou #HeForShe (Eles por Elas) em nível global são apenas o eco de uma corrente de mudança que pretende equilibrar a balança entre homens e mulheres, especialmente em termos profissionais -ganhando os mesmos salários pelo mesmo emprego, com acesso às mesmas oportunidades- familiares -com uma distribuição de funções mais equitativa-, ou de segurança - esforçando-se para acabar com a violência de gênero e o abuso sexual eficazmente.
Os especialistas concordam que esta mudança só poderá ocorrer com políticas públicas e com o empoderamento das mulheres, que necessariamente passa por estimular a educação financeira e empresarial, facilitar o acesso ao crédito e ajudar a tecer redes de contato.
Na América Latina, onde o acesso à conta corrente é de 30% para as mulheres, e de 50% a 60% para os homens, ainda existem grandes desafios para alcançar um universo empresarial sólido liderado por mulheres. Entre as melhorias necessárias, destacam-se as relacionadas com as adaptações legais para o acesso e uso da propriedade, as restrições jurídicas e culturais para que as mulheres façam negócios, as políticas de financiamento ou a redução da violência de gênero.
“Tradicionalmente, a organização social da economia foi marcada por um forte viés de gênero e isso, em geral, levou muitas das mulheres que criam empresas a fazer isso motivadas pela necessidade, e não pela oportunidade”, explica Violeta Domínguez, coordenadora da Unidade de Gênero no CAF -banco de desenvolvimento da América Latina.
A especialista considera que os estereótipos de gênero que cercam as habilidades, a força, a liderança e a maternidade das mulheres geraram percepções e obstáculos que retardam o crescimento das empresas lideradas por mulheres em relação às chefiadas por homens.
Na tentativa de superar os obstáculos que limitam o desenvolvimento empresarial das mulheres, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) propôs o Modelo de Intervenção para o Desenvolvimento Empreendedor das Mulheres, que busca empoderá-las economicamente e promover o crescimento de suas empresas.
Nessa mesma linha, o CAF está trabalhando com o modelo a fim de dar autonomia econômica às mulheres por meio da provisão de habilidades, ferramentas e recursos para que, assim, possam atuar em um ambiente favorável para o desenvolvimento de suas empresas e empreendimentos.
Além disso, o CAF incorporou a perspectiva de gênero nas linhas de financiamento que concede, assegurando que os projetos promovam a equidade. Também implementou programas de educação financeira e empresarial através de alianças regionais, apoia organizações de mulheres que fornecem orientação a empreendedoras e gerou acordos com instituições financeiras para que as linhas de crédito incluam a perspectiva de gênero.
Inclusão financeira das mulheres
De acordo com um relatório recente do CAF, na América Latina, os homens continuam tendo mais capacidade de poupança que as mulheres, mas quando elas são capacitadas e tomam as rédeas dos recursos financeiros do lar, sua gestão costuma ser mais eficiente. Além disso, as pessoas com um nível baixo de escolaridade, moradores de áreas rurais, jovens e idosos são os grupos com menos capacidade financeira e, portanto, os que menos poupam.
Entre as medidas para melhorar a situação, a publicação propõe que os governos criem estratégias diferenciadas para cada segmento da população, especialmente para os que têm menor capacidade financeira, com o fim de melhorar as decisões financeiras dos indivíduos, o que teria um impacto significativo na pobreza e no fortalecimento da classe média.
A pesquisa afirma que o uso de mecanismos formais, como as contas de poupança, melhora a capacidade financeira dos indivíduos, por isso, os programas de inclusão e educação financeira devem focar não só na transmissão de conhecimento, mas também em difundir a importância da poupança para as famílias.
A educação financeira pode ter um grande impacto no bem-estar das famílias, bem como na inclusão social, já que facilita o uso eficaz dos produtos financeiros e ajuda as pessoas a desenvolverem as habilidades para comparar e selecionar aqueles que melhor se adaptem às suas necessidades.
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