Procuram melhorar a governança empresarial e a emissão da dívida

CAF , BID e CEPAL organizaram uma oficina para examinar a importância da governança corporativa sobre a emissão da dívida, tema importante paraa expansão empresarial na região.

13 de junho de 2014

(Lima, junho de 2014).- Destacados especialistas participaram de uma oficina internacional organizada pelo CAF - banco de desenvolvimento da América Latina-; pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a fim de analisar a importância da governança corporativa como uma ferramenta para mitigar o risco das empresas na emissão de títulos de dívida, assunto de grande importância, pois o crescimento dessas emissões dos últimos anos abre uma grande oportunidade de financiamento para a expansão empresarial nos países da região.

O evento foi inaugurado por Eleonora Silva Pardo, diretora-representante do CAF no Peru; Fidel Jaramillo Buendía, diretor do BID no Peru, e Georgina Núñez, Oficial de Assuntos Econômicos da CEPAL em Washington DC.

Na cerimônia de abertura do evento, Silva Pardo destacou que a análise realizada no âmbito desta oficina não apenas é relevante para o crescimento sustentado da emissão de títulos de dívida corporativa nos últimos anos, incluindo tanto as grandes como as médias empresas latino-americanas, mas sim porque os países analisados ??fazem parte de iniciativas como o MILA e a Aliança do Pacífico.

Neste sentido, destacou a importância de uma boa governança corporativa em circunstâncias de emissão de dívida para uma maior diversificação em fundos, ferramentas de investimento, competitividade, posicionamento em relação aos concorrentes e em cadeias de valor, aumento na liquidez e no desempenho das companhias.

"A emissão de bônus de uma companhia com boas práticas de governança corporativa torna o processo mais controlado, eficiente, transparente e aumenta o nível de confiança geral", declarou Silva Pardo. "Criar maior confiança no mercado de capitais e desenvolver a governança corporativa de cada companhia são pilares para fortalecer nossas economias".

Por sua vez, o diretor do BID no Peru, Fidel Jaramillo Buendía, referiu-se ao árduo trabalho do CAF e da CEPAL a respeito deste assunto, indicando que esses esforços deram como resultado o Código Latino-americano de Governança Corporativa, elaborado pelo CAF, o qual inclui um conjunto de práticas e normas básicas que garantem um melhor uso dos recursos nas empresas, contribui para uma maior transparência e atenua os problemas de informação assimétrica que caracteriza os mercados financeiros.

"A aplicação destas práticas vai permitir que as empresas da região alcancem determinados padrões de governança corporativa comparáveis ??aos reconhecidos nas economias mais desenvolvidas", disse  Jaramillo Buendía. "Analisando os problemas que surgem em outros países, a América Latina está agora mais madura e foram feitos esforços para entregas mais confiáveis e os órgãos supervisores fizeram um grande esforço no tema", continuou. "Estas iniciativas são fundamentais para ter uma região com maior competitividade e maior bem-estar para os latino-americanos".

Como parte desta oficina se apresentou o projeto de pesquisa "Governança Corporativa no Peru e no Chile", estudo que é a continuação do trabalho conjunto realizado pela CEPAL, pelo CAF e pelo BID, "Governança Corporativa e Desenvolvimento de Mercado de Capitais na América Latina", o qual teve como objetivo analisar o marco regulatório relacionado com os princípios de Governança Corporativa na região e sua contribuição para o desenvolvimento dos mercados de capitais.

O consultor internacional Germano Mendes de Paula, da Universidade Federal de Uberlândia, no Brasil, foi responsável pela introdução ao projeto de uma métrica que identifica o papel da Governança Corporativa na determinação do risco nas emissões de dívida, assim como o papel dos investidores institucionais, banca de investimento e agências de qualificação no fortalecimento destas práticas em empresas que emitem títulos de dívida.

Por sua vez, Jorge Echeandía, gerente-geral da consultoria Huddle Peru, comentou sobre a estrutura organizacional da governança corporativa no Peru (Assembleia Geral, Conselho de Administração, Comitês Especializados de Risco, Auditoria, Financeiro e Investimentos) e outros órgãos de governança. Além disso, expôs sobre os resultados na aplicação do indicador de governança corporativa em empresas locais que emitiram dívida no mercado de capitais.

Durante a jornada se analisou a problemática geral e os principais objetivos do projeto. Além disso, através do painel de comentaristas, foram analisados os resultados enfatizando a importância da boa Governança Corporativa nas emissões de dívida e o papel das agências qualificadoras, investidores institucionais e a banca de emissão, levando em conta o contexto local.

Carlos Rivero e Gerardo González, representantes da Superintendência de Mercado de Valores, e Procapitales, respectivamente, foram os responsáveis ??pelos comentários finais da oficina, a qual foi encerrada pelo gerente-geral da Bolsa de Valores de Lima, Francis Stening.

 

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