Quatro estratégias para aliviar os efeitos do fenômeno El Niño no setor elétrico latino-americano

Apresentaremos quatro fatores importantes que devem ser levados em conta no momento da elaboração de uma estratégia de gestão de risco

06 de janeiro de 2016

Para lidar com uma estratégia de mitigação de risco no setor elétrico é necessário conhecer o nível de exposição ou a fragilidade da infraestrutura física, a fragilidade social e ecológica, e a falta de resiliência ou capacidade do sistema para responder ou se recuperar, porque o risco dentro do setor não depende exclusivamente da probabilidade de ocorrência de fenômenos naturais, mas sim das condições de vulnerabilidade tanto nos aspectos institucionais, físicos, sociais, ecológicos e culturais.

Uma metodologia de sucesso para estas situações é a gestão integral de risco, como explicou Esperanza Colón, assessora em questões ambientais. A metodologia descreve em três dimensões os riscos aos quais se expõe um processo perante uma situação potencial desastre: prevenção, mitigação e aprendizagem para longo prazo.

A gestão integral de risco no setor elétrico da América Latina, estando o El Niño em sua etapa de máximo pico, já deve ter entrado na fase de prevenção e de planejamento prospectivo do risco, as áreas críticas dos níveis de exposição física da infraestrutura de geração, transmissão e distribuição, identificando os potenciais impactos para as comunidades.

A seguir, apresentaremos quatro fatores importantes que devem ser levados em conta na hora da elaboração de uma estratégia de gestão de riscos: 

  1. Identificar o risco: inclui a percepção individual, a representação social e a avaliação objetiva do risco. Para poder interver o risco é necessário dimensiona-lo, reconhecê-lo e medi-lo representado por mapas, modelos de simulação e análise de dados que sejam úteis para os que tomam decisões.
  2. Reduzir o risco: inclui a aplicação de medidas estruturais e não estruturais de prevenção e/ou mitigação, possui um grande componente de planeamento prospectivo e de aplicação de medidas que permitam modificar as condições de risco com ações preventivas e corretivas.
  3. Contar com proteção financeira: os órgãos responsáveis ??pela gestão de riscos do setor devem fornecer mecanismos financeiros, como fundos para desastres ou linhas de crédito contingentes, para responder eficazmente perante o fenômeno. Isso deve incorporar elementos de governança, institucionalidade e transferência do risco. É um fator crítico de sucesso no planejamento e sustentabilidade do desenvolvimento e, portanto, do crescimento econômico dos países.
  4. Elaborar planos para a gestão de desastres: as empresas e autoridades envolvidas no setor elétrico devem ter planos diretores atualizados para a gestão de desastres e continuidade dos negócios, incluindo os elementos relacionados com a resposta adequada e a recuperação de desastres.

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