CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
14 de setembro de 2011
A apresentação da publicação esteve a cargo de Luis Miguel Castilla, ministro de Economia e Finanças, e Eleonora Silva, diretora-representante da CAF no Peru, assim como Leonardo Villar e Pablo Sanguinetti; vice-presidente de Estratégias de Desenvolvimento e Políticas Públicas e diretor de Pesquisa Socioeconômicas da CAF, respectivamente.
Após agradecer a CAF por dar espaço para a reflexão de temas substanciais para o desenvolvimento do país, Castilla afirmou que, por conta dos importantes momentos pelos quais passa o Peru, os Relatórios apontam opções para o desenho de políticas públicas. Neste sentido, assegurou que a temática eleita para o RED 2011 é transcendente, já que justamente aponta para o objetivo governamental de manter um crescimento acima de 6% e consolidar o avançado até hoje em matéria econômica, com maior inclusão social - “a inclusão financeira pode ser um canal muito efetivo para alcançar a inclusão social”.
“Os informes da CAF não asseguram, nem dão receitas únicas, mas são opções de linhas de políticas. Esse foi o sucesso destas publicações, onde sem nenhum tipo de dogma ou ideologia, mas com muito pragmatismo, oferecem opções e dizem o que funciona e o que não funciona. Às vezes, é preciso focar no que não funciona para justamente não cometer os erros dos outros”, manifestou.
Já o vice-presidente de Estratégias de Desenvolvimento e Políticas Públicas da CAF, Leonardo Villar, disse que o Relatório traz nova informação sobre diferentes dimensões do uso dos serviços com base em uma pesquisa realizada pela entidade multilateral em 17 cidades da região.
“Os resultados confirmam estimativas prévias que sugerem um baixo nível de acesso aos serviços financeiros na América Latina. Por exemplo, em média, 51,3% das famílias, de uma amostra de 17 cidades da região, têm uma conta aberta em algum tipo de instituição financeira. O acesso ao crédito é ainda mais escasso: somente 12,3% das famílias solicitam e têm vigente uma operação de empréstimo em alguma destas entidades. Estes problemas de acesso se repetem em quase todos os países e abarcam uma ampla faixa da população, e são particularmente graves para os setores mais pobres”, afirmou Villar.
Por sua vez, o diretor de Pesquisa Socioeconômicas da CAF, Pablo Sanguinetti, ressaltou a importante contribuição das instituições microfinanceiras em aproximar os serviços a segmentos importantes da população e das microempresas da região, combinando elementos de banco tradicional com mecanismos financeiros informais e, de certa forma, representando uma resposta “de mercado” para a imensa demanda não servida pelo sistema financeiro tradicional.
“O modelo latino-americano de microfinanças permitiu para essas instituições microfinanceiras altas taxas de crescimento e auto-sustentabilidade desde o ponto de vista financeiro, sem dano pelo avanço, mantendo proporções importantes de créditos direcionados aos clientes mais pobres. Sua flexibilidade, proximidade com o cliente e capacidade de inovação lhes dão vantagem frente ao banco tradicional, para mostrar que podem ser um segmento lucrativo. O modelo latino-americano de microfinanças, com sua tendência “pro mercado” (e menos altruísta sim, se comparada com o modelo asiático) avançou mantendo proporções importantes de créditos muito pequenos, presumidamente direcionados aos clientes mais pobres”, acrescentou.
Sobre o assunto, Sanguinetti ressaltou que a “revolução do microcrédito” se baseia no desenho de inovações para levar crédito confiável a indivíduos historicamente excluídos e constitui uma mudança de paradigma no negócio da provisão de serviços financeiros.
“No caso de alguns países, como Bolívia e Peru, a expansão destas instituições microfinanceiras foi um fator muito positivo que aproximou os serviços a segmentos importantes da população e das empresas às economias. As microfinanças avançaram na região porque, em parte, puderam resolver algumas das falhas que afetam os mercados financeiros”, explicou.
Contudo, Sanguinetti disse que mesmo com os avanços das microfinanças, o pouco uso de fontes de crédito formais por parte do microempresário segue sendo uma realidade na região, onde somente 14% das famílias micorempresárias apresentam um contrato de crédito com uma entidade formal.
A diretora da CAF no Peru, Eleonora Silva, destacou que trabalhar no tema de inclusão financeira implica fomentar a inclusão social, por isso, a entidade multilateral outorga linhas de crédito não só a instituições bancárias, mas também a Caixas Municipais, Edpymes e outras instituições financeiras especializadas em microfinanças, e dessa forma incentivou as Uniões de Crédito e Poupança (UNICAS, na sigla em espanhol), em parceria com o Cofide, além de apoiar iniciativas relacionadas aos microseguros.
Após destacar a missão da entidade multilateral de incentivar o desenvolvimento sustentável de seus países sócios, Silva afirmou que esta sétima edição do RED será uma contribuição para o debate sobre a função das finanças e, em particular, do acesso aos serviços financeiros, no desenvolvimento econômico.
“Promover o conhecimento profundo da região, focar em problemas que afetam nossos países e apontar possíveis soluções é uma importante contribuição da CAF aos processos de desenvolvimento da América Latina. Este estudo está focado nas distintas dimensões do uso dos serviços financeiros na região, considerando que o acesso ao crédito representa um fator decisivo para incentivar o desenvolvimento econômico e o bem estar da sociedade”, concluiu.
19 de novembro de 2024
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