Rede Nacional de Orquestras e Coros Infantis e Juvenis do Panamá, um viveiro de músicos, que continua florescendo

Já são cerca de 1.200 meninos, meninas e jovens em nível nacional que fazem parte da Rede Nacional de Orquestras e Coros Infantis e Juvenis do Panamá, uma iniciativa que nasceu em julho de 2016 e cresce rapidamente graças ao esforço conjunto de várias instituições nacionais e internacionais, que compreendem a importância da música como ferramenta de desenvolvimento integral para o resgate social, por meio da metodologia "aprender tocando".

O projeto é coordenado pelo Instituto Nacional de Cultura e pelo PNUD em parceria com o CAF – banco de desenvolvimento da América Latina – e seu programa "Música para Crescer". Como novidade, a oficina contou com a contribuição educativa do Programa Ibero-orquestras Juvenis (da Secretaria Geral Iberoamericana), para o qual convergiram destacados músicos da Costa Rica (5), México (4), Venezuela (3) e Panamá. Entre eles, Edgar Calderón, Luis David Aguilar e Ronal Duque, integrantes do Sistema de Orquestras da Venezuela, convidados para o Panamá como parte da contribuição do CAF para a iniciativa.

"Para essa oficina, a dinâmica da participação foi um pouco diferente das anteriores, foram abertas audições a todos os membros da Rede e concedidas quotas aos meninos, meninas e jovens que alcançaram o melhor desempenho. O objetivo é incentivar uma competição saudável que os convide a esforçar-se o mais que puderem para alcançar a sua participação, assim como ocorre em qualquer profissão e, de fato, no campo musical é muito característico", comentou Dino Nugent, diretor da Rede Nacional de Orquestras e Coros Infantis e Juvenis do Panamá do INAC.

A sinergia entre crianças e adolescentes, tocando em duos o violino, a viola ou instrumentos de percussão, para citar alguns, é surpreendente, e assim a Rede de Orquestras procura aproveitar ao máximo o talento especial de cada um dos seus membros, sem distinção de idade, incentivando um melhor nível musical que lhes permite comunicar-se em harmonia, através da linguagem da música, com os demais parceiros de cena.

Por sua parte, Luis David Aguilar, violista e professor da Fundação Musical Simón Bolívar, mais conhecida como O Sistema de Orquestras da Venezuela, comentou sobre sua experiência no Panamá: "Temos visto um avanço impressionante nesses meninos, com qualquer indicação que lhes damos, estudam e, imediatamente no dia seguinte, chegam com essas ferramentas já dominadas e vêm pedindo mais. Tenho certeza de que tanto a oficina quanto o concerto de encerramento terão um impacto extremamente positivo sobre as crianças, os músicos e a sociedade panamenha em geral, já que terão a oportunidade de ver que há talento e que isso é uma realidade. Nós, como parte do Sistema, vemos a educação musical como um pilar do desenvolvimento de cidadãos integrais, buscamos promover, além disso, ideias musicais, valores, o respeito, trabalho em equipe, a responsabilidade e a cooperação, tudo faz parte destas oficinas".

Os meninos trabalham durante todo o ano e, a cada três meses, ensaiam um novo repertório nas diferentes orquestras e corais aos quais pertencem em suas regiões de origem; periodicamente são convidados para polir seus conhecimentos com a ajuda de destacados músicos internacionais. Além dos treinamentos que recebem as crianças, as oficinas contam com a participação ativa do pessoal de base no Panamá, que recebe técnicas de atualização sob um sistema de transferência de conhecimentos, promovendo uma metodologia de "formação de treinadores".

"Estamos satisfeitos por poder apoiar o Instituto Nacional de Cultura e o Panamá através do Programa Música para Crescer. Essa é a terceira oficina durante o ano de 2017 na qual colaboramos com magníficos profissionais da Rede de Orquestras da Venezuela. Sem dúvida, uma extensão com resultados tangíveis da nossa visão regional de desenvolvimento humano através da música", afirmou Silvia Oteyza, diretora de Sustentabilidade Social do CAF.

O concerto de encerramento gratuito, oferecido por 200 músicos e cantores entre 8 e 20 anos, foi realizado no sábado, 23 de setembro, às 16h00, no Albrook Mall, Pasillo del Delfin, espaço que serviu de lar para a interpretação de temas clássicos como a Carmina Burana de Carl Orff, e pequenas obras panamenhas, entre outras peças.

"Esse projeto se alinha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, orientado para promover sociedades pacíficas e inclusivas, pois inclui meninos, meninas e jovens em uma cultura de paz necessária para garantir o desenvolvimento humano sustentável no Panamá. Por isso é tão importante para nossa organização ", destacou Fernando Hiraldo, Representante Residente Adjunto do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Panamá. "E, nesse sentido, apoios como o do Banesco são essenciais para dar continuidade à iniciativa e são uma prova da valiosa aposta em cumprir com a Agenda de Desenvolvimento 2030 a partir de todos os setores e em benefício de todas as pessoas" acrescentou Hiraldo.

Este esforço público-privado é realizado graças ao trabalho conjunto do Instituto Nacional de Cultura (INAC), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina, Programa Ibero-orquestras Juvenis (da Secretaria Geral Iberoamericana), Escola Dr. Belisario Porras (MEDUCA), Ginásio Heliodoro Patiño (Município do Panamá) e a Sociedade Italiana de Beneficência.

O "Música para Crescer" do CAF nasceu no ano 2000, como parte de seu compromisso social com os cidadãos da América Latina. Até esta data conta com uma participação de mais de 63.000 crianças e jovens e mais de 2.500 professores formados na Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. O programa visa fomentar a prática musical em crianças e jovens como uma alternativa para o uso do tempo livre, buscando criar ambientes positivos para o seu desenvolvimento psicossocial em comunidades vulneráveis. No Panamá, o CAF colabora com a Rede Nacional de Orquestras e Coros Infantis e Juvenis do lNAC desde a sua criação, fornecendo conhecimento a cerca de 1.200 crianças, jovens e professores em todo o país.