Região fica para trás no acesso a serviços financeiros

  • A CAF apresentou, em Caracas, seu sétimo Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED 2011), com foco no papel dos serviços financeiros em desenvolvimento nos países da América Latina e no bem-estar da sociedade.
  • Pouco mais da metade das famílias da região tem conta em alguma instituição financeira; apenas 12,3% delas apresentaram pedido de crédito

07 de dezembro de 2011

(Caracas, 7 de dezembro de 2011) .- "O acesso a serviços financeiros é decisivo para o desenvolvimento econômico e o bem-estar da sociedade", afirmou Luis Enrique Berrizbeitia, vice-presidente executivo da CAF (banco de desenvolvimento da América Latina) em Caracas, durante apresentação da sétima edição do Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED 2011), intitulado “Serviços Financeiros para o Desenvolvimento: promovendo o acesso na América Latina”.

"O relatório fornece novas informações sobre os vários aspectos do uso de serviços financeiros, com base em uma pesquisa realizada pela CAF em 17 cidades da região", disse Berrizbeitia.

Destacando a missão da instituição multilateral, de promoção do desenvolvimento sustentável nos países parceiros, o vice-presidente executivo da CAF disse que esta sétima edição do RED visa contribuir para o debate sobre o papel das finanças e, em particular, o acesso a serviços financeiros no desenvolvimento econômico.

A apresentação do estudo foi feita por Leonardo Villar, vice-presidente de Estratégias de Desenvolvimento, Pablo Sanguinetti, diretor de Pesquisas Socioeconômicas, e Daniel Ortega, economista, todos da CAF. Os debatedores foram Julio Pineda, chefe de Pesquisa do Banco Central da Venezuela, Juan Uslar, presidente do Bangente, Alejandro Sucre, presidente da Crecepymes, e Carlos Molina, professor do IESA.

Durante sua apresentação, Leonardo Villar disse que há uma defasagem na região em termos de acesso das famílias e empresas aos serviços financeiros, bem como em termos de crescimento do crédito. "O estudo identifica que, para o nível de renda dos latino-americanos, o acesso e nível de serviços financeiros deveriam ser muito maiores."

"Por exemplo, em média, apenas 51,3% das famílias, de uma amostragem de 17 cidades na região, abriu conta em alguma instituição financeira. O acesso ao crédito é ainda mais escasso: apenas 12,3% das famílias se candidataram e têm vigente algum empréstimo em qualquer uma dessas entidades. Estes problemas de acesso se repetem em quase todos os países, e cobrem uma grande faixa da população, mas são especialmente graves para os setores mais pobres ", disse Villar. Ele acrescentou que "o trabalho identificou uma série de razões e políticas específicas que podem ser implementadas pelos governos e instituições financeiras para melhorar o acesso e a inclusão financeira".

A publicação destaca a importante contribuição para aproximar os serviços a importantes segmentos da população e microempresas da região que têm instituições de microfinanças (IMFs), que combinam elementos dos bancos tradicionais a mecanismos financeiros informais e, de certa maneira, representam uma resposta de "mercado" à imensa demanda não atendida pelo sistema financeiro tradicional.

"No caso de alguns países como a Bolívia e o Peru, a expansão dessas instituições de microfinanças tem sido um fator muito positivo que tem aproximado os serviços a grandes segmentos da população e de empresas", finalizou Villar.

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