“Visões do Desenvolvimento” [Visiones del desarrollo] é uma seção promovida pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- que analisa os principais temas de desenvolvimento da região. Os artigos contidos nessa seção são publicados simultaneamente nos principais meios de comunicação da América Latina.
13 de outubro de 2021
Atualmente, cerca de 41 milhões de pessoas na América Latina e 400 milhões de pessoas no mundo têm diabetes. Esse número, além disso, continua a crescer à medida que o tempo avança, a ponto de se estimar que antes de 2040 haverá 68 milhões de diabéticos na região.
“O diabetes, que era a pandemia de que todos falávamos antes da chegada da Covid-19, representa um desafio para os sistemas de saúde e uma ameaça à sua sustentabilidade financeira”, diz María Jesús Salido, CEO da Social Diabetes, startup que fornece um aplicativo móvel que permite aos pacientes usar várias ferramentas digitais para monitoramento e análise de pacientes diabéticos, o que ajudará a melhorar a qualidade de vida de mais de 1 milhão de pessoas nos próximos 2 anos.
O diabetes é um dos principais desafios para a saúde do século XXI, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dados da organização indicam que o número de pessoas que sofrem dessa patologia chegará a 642 milhões em todo o mundo até 2040. Uma das vantagens dessa solução é permitir que o paciente entre em contato com um profissional de saúde a distância, evitando, assim, que se desloque a um posto de saúde; isso reduz as possibilidades de infecção por COVID-19 neste grupo classificado como sendo de alto risco.
“Achamos que o controle do diabetes depende mais dos pacientes do que do sistema. Então, se queremos acelerar a resposta, temos que oferecer essa tecnologia aos pacientes e digitalizar a terapia para que os próprios usuários usem esses dados e os sistemas de saúde de forma inteligente, contribuindo e gerando assistência com base em todos esses dados”, acrescentou María Jesús Salido.
O uso dessa plataforma proporciona aos pacientes e médicos uma visibilidade mais completa dos dados gerados durante o atendimento e o monitoramento da glicose e da insulina, além de agilizar os processos. “Antes do aplicativo, eu não tinha o cálculo da insulina integrado. Anotava tudo em outro lugar ou em um caderno. Obviamente, precisar pegar o caderno todas as vezes foi ficando desagradável. Agora tenho essa vantagem de sempre saber, a qualquer momento, quanta insulina resta no meu corpo, só para citar um exemplo”, diz Carlos Soto, paciente de 31 anos do Chile.
Social Diabetes é uma startup com sede em Barcelona, Londres e Cidade do México, líder no mercado hispânico de soluções digitais e uma das plataformas mais prestigiadas globalmente para o gerenciamento de diabetes. Com o objetivo de ampliar a cobertura em toda a região para melhorar o bem-estar da população, o CAF, banco de desenvolvimento da América Latina, junto com o Venture Innovation Fund II (VIFII), administrado pela ALLVP do México, coinvestiu nessa startup.
Essa solução possui uma plataforma de controle digital do diabetes composta por 2 elementos. Um aplicativo móvel para celulares que permite controlar o diabetes e ter uma vida mais flexível e segura. E, por outro lado, a plataforma web, que permite que os profissionais de saúde gerenciem remotamente os pacientes e utilizem os dados a fim de oferecer um atendimento mais personalizado e eficiente.
“O aplicativo oferece um cenário global de como o a glicemia do meu filho está se comportando”, diz Nasly Montoya, nativa de Medellín, Colômbia, e mãe de uma criança de 9 anos com diabetes tipo 1. “Esse app nos dá a oportunidade de baixar as informações dos relatórios quando temos uma consulta com o médico. É um aplicativo que melhorou nossa qualidade de vida e tem sido muito positivo para mim e meu filho”.
O aplicativo gerou benefícios adicionais em tempos de pandemia da COVID-19, quando não era possível realizar consultas presenciais”.Posso me comunicar o tempo todo com meu médico de onde quer que eu esteja. Cada vez em que gravo meus níveis de glicose, meu médico é informado, e isso me ajuda a tomar decisões no dia-a-dia sem ter que esperar até a consulta”, explica Erika Backhoff, uma paciente mexicana que vive com diabetes tipo 1 desde os 13 anos. “Em tempos de pandemia, em que as consultas presenciais se transformaram em telemedicina, isso me ajudou muito a tomar decisões”.
O mundo enfrenta uma crise global sem precedentes no setor da saúde, por isso é importante apoiar a implementação de soluções tecnológicas, como o Social Diabetes, a fim de implementar conjuntamente o crescimento regional e continuar a apoiar milhões de pessoas que sofrem desse mal.