Tecnologias disruptivas e digitalização em bancos de desenvolvimento

As novas tecnologias estão fadadas a influenciar de forma direta no desenvolvimento integral dos países da América Latina, e podem contribuir para aumentar a produtividade, melhorar a cadeias globais de valor e promover o empreendedorismo.

24 de janeiro de 2019

"Durante o workshop de Digitalização em Instituições Financeiras de Desenvolvimento, realizado no Rio de Janeiro, entre 14 e 17 de Janeiro, representantes de bancos de desenvolvimento asiáticos, europeus e latino-americanos discutiram o papel da economia digital e a "comoditização" das tecnologias digitais para alcançar um desenvolvimento integral na América Latina.

Em seu discurso, Jorge Arbache, vice-presidente do Setor Privado do CAF - banco de desenvolvimento da América Latina -, assegurou que as novas tecnologias têm o potencial de aumentar a produtividade, otimizar processos, criar cadeias globais de valor, gerar uma variedade maior de bens e serviços para os consumidores, prestar mais e melhores serviços públicos (e-Government), beneficiar cada vez mais as PME, promover a equidade de gênero, fomentar o empreendedorismo, fechar as lacunas existentes em regiões atrasadas e dar saltos competitivos significativos (leapfrogging). No entanto, alertou que estamos em uma situação crítica para que os países em desenvolvimento e as economias desenvolvidas convirjam.

Arbache também disse que a utilização de novas tecnologias pode ter um limite em termos de seus benefícios para o desenvolvimento, já que também existe uma "comoditização" digital. Quanto mais a adoção de determinada tecnologia crescer, menores serão os benefícios marginais, tanto em termos de produtividade quanto de competitividade para aqueles que as adotem (o que conceitualmente definiu como benefícios de primeira ordem).

Do ponto de vista dos desenvolvedores das tecnologias, é o oposto: quanto maior for a taxa de adoção, mais e maiores serão os benefícios marginais (benefícios de segunda ordem), especialmente em setores em que poucos desenvolvedores dominem o mercado, como, por exemplo, os sistemas operacionais dos celulares.

Sobre o desenvolvimento de blockchain e dos bancos de dados distribuídos, Arbache opinou que esses representam um enorme potencial para países em desenvolvimento, apesar de estarem ainda em uma fase muito inicial, com muitos modelos e plataformas concorrendo entre si; no entanto, poderá ocorrer uma concentração em alguns desenvolvedores. Neste sentido, é necessário encontrar soluções de baixo custo, de código aberto, acessíveis e utilizáveis para que possa haver um impacto real no desenvolvimento.

 

 

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