CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Novas tecnologias usarão águas marinhas profundas para gerar ar-condicionado em algumas cidades da região, com um impacto positivo sobre o meio ambiente
11 de maio de 2017
Em grande parte da América Latina - especialmente no Caribe - manter residentes e turistas protegidos das altas temperaturas tem seu preço. E esse preço não é só monetário, mas também ambiental.
Os sistemas de ar-condicionado, que funcionam principalmente a partir de energias fósseis, - as que mais poluem - estão causando graves problemas para a sustentabilidade do meio ambiente, tais como a poluição atmosférica pela emissão de gases de efeito estufa e a destruição da camada de ozônio.
O consumo massivo de ar-condicionado em resorts, hospitais e domicílios também significa um custo energético importante para os países. De fato, o uso do ar-condicionado no âmbito regional representa cerca de 40% do total da energia elétrica que é consumida. Levando em conta que o preço médio da energia em muitas das ilhas do Caribe ultrapassa US$ 0,30 por kWh, as contas de energia elétrica são bastante altas, especialmente para o setor hoteleiro.
A boa notícia é que a solução para este problema pode estar mais perto que se pensa: nos próprios mares que circundam a América Latina.
Estudos recentes feitos pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina - CAF confirmam que é possível usar águas marinhas profundas para gerar ar-condicionado em algumas cidades da região, a um custo muito menor que o de fontes convencionais e com um impacto positivo sobre o meio ambiente. Com base nos estudos, inicialmente concentrados no Caribe, foi criado o Programa Regional de Esfriamento Urbano, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento de sistemas energéticos sustentáveis e eficientes em toda a região.
Como funciona?
Esses sistemas são relativamente simples, uma vez que consistem em instalar uma tubulação que chega a uma profundidade marinha próxima de mil metros (onde a temperatura da água é de cerca de 5°C) de onde se envia a água à estação de esfriamento. Lá a água é bombeada para esfriar o ar nas instalações comerciais, hoteleiras e residenciais que utilizam ar-condicionado central. Após completar o trajeto, a água retorna para a estação de esfriamento para ser devolvida ao mar.
A tecnologia, chamada SWAC por sua sigla em inglês (Sea Water Air Conditioning), pode ser viável nas regiões costeiras em que o mar está próximo das construções, alcança profundidades superiores a 800 metros e onde a demanda supera 1000 toneladas de refrigeração diárias por cliente. Algumas localidades que poderiam ser exemplo para o desenvolvimento desta tecnologia são: Puerto Plata, República Dominicana, e Montego Bay, Jamaica.
Para as regiões que não são costeiras, ou onde não é possível obter águas marinhas profundas, são implementados sistemas híbridos de esfriamento que combinam o uso de águas temperadas com sistemas convencionais (chillers). Nestes cenários, a água pode vir de um distribuidor externo, rios, lagos próximos ou água marinha pouco profunda, ser esfriada em uma estação central e posteriormente enviada a centros de consumo de ar-condicionado.
Os resultados obtidos até o momento mostram que a implementação de sistemas de esfriamento é benéfica, especialmente para os maiores consumidores de energia elétrica pelo uso do ar-condicionado convencional.
Por isso, a Finlândia, a Suécia, o Canadá, os Estados Unidos e a Holanda já incluíram estes sistemas há vários anos em algumas das suas construções. Além disso, há projetos SWAC sendo implementados na ilha Reunião, a oeste da África, e no Havaí.
Quais são os seus benefícios?
Graças aos muitos benefícios gerados pela adoção de tecnologias de esfriamento urbano na América Latina, o CAF está promovendo a realização de estudos no Panamá, na República Dominicana e na Colômbia para analisar a possível implementação destes sistemas.
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