Universidades têm o desafio de formar profissionais con espírito empreendedor

  • O “Fórum Bolívia Empreende: o Papel das Universidades e Sua Capacidade Empresarial” foi o primeiro de uma série regional de eventos incentivados pelo CAF sobre empreendedorismo.
  • Uma das recomendações do fórum, que contou com convidados internacionais, foi que as universidades, governo e empresas trabalhem em conjunto em um projeto de desenvolvimento de empreendimentos e inovações.

23 de maio de 2012

(La Paz, 23 de maio 2012) – O auditório do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina – em La Paz foi cenário do fórum Bolívia Empreende: o Papel das Universidades e Sua Capacidade Empresarial, um evento realizado com o apoio local da Fundação Maya e com o qual a instituição financeira deu início a uma série de fóruns regionais sobre experiências internacionais em empreendedorismo.

Os palestrantes do fórum foram: Marco Kamiya, executivo da vice-presidência de Estratégias de Desenvolvimento e Políticas Públicas do CAF, que apresentou a perspectiva do ecossistema do empreendimento na Bolívia; Jorge Velasco, presidente da Fundação Maya, que falou sobre a experiência nacional da cátedra virtual de formadores do espírito empreendedor; María Luisa Parra, principal administradora da Fundación Ideas da Venezuela, que deu uma palestra sobre o desenvolvimento empresarial em universidades venezuelanas: e Adrian Magendzo, diretor do Mestrado em Inovação e Empreendedorismo da Universidade Adolfo Ibáñez, no Chile, que expôs as recomendações de políticas públicas e do papel das universidades.

Dados relevantes

Dados interessantes sobre a realidade empresarial na Bolívia e na região foram apresentados durante o fórum. De acordo com o estudo internacional Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a Bolívia tem uma taxa de atividade empreendedora inicial de 38,6%, maior que a do Chile (23,7%), Peru (22,9%) e Colômbia (21,4%).

Esta cultura empreendedora pode ser incentivada com o fortalecimento do sistema de inovação, estabelecendo parcerias entre as universidades e o setor privado e melhorar a cobertura do financiamento em todas as etapas do desenvolvimento empreendedor.

Os especialistas aconselharam a levar em conta que para que o “ecossistema” do empreendedorismo seja o adequado devem se aperfeiçoar seus três componentes: inovação, comercialização e financiamento. Quer dizer, a promoção da cultura empreendedora, a melhoria do financiamento para a fase inicial e o oferecimento de condições institucionais para a inovação.

Outros dados do GEM indicam que 84% dos empreendimentos iniciais na Bolívia não têm oferta inovadora (apenas 0,9% incorpora novas tecnologias), dos quais 60% pertencem ao setor de serviços e somente 20% participam em alguma proporção na exportação.

Resultados das Mesas Técnicas

Após a conclusão do fórum, iniciou-se o trabalho de cinco mesas temáticas das quais participaram 40 representantes de 28 instituições relacionadas a universidades públicas e privadas, Governo, empresas e organizações de apoio.

Os tópicos analisados foram: A experiência na educação e formação empresarial; a qualidade do emprego e incentivo ao empreendedorismo; a criação de uma cultura de empreendedorismo; a inserção da educação e formação empresarial; e a orientação para o mercado de trabalho.

Entre as principais recomendações apresentadas estão a necessidade de “quebrar a lógica tradicional de educação porque o papel da universidade boliviana é fundamental dentro do desenvolvimento econômico, da formação de professores e da criação de programas de educação empreendedora”.

Na mesa do setor empresarial surgiram propostas como a necessidade de promover um Centro de Inovação, com a criação de um capital semente com contribuições de empresas que poderiam receber incentivos fiscais pela doação desses recursos.

Outra recomendação foi que as universidades trabalhem de maneira mais coordenada no assunto e que se incorporem matérias que respondam às necessidades dos empreendedores e inovadores. Neste âmbito recomendou-se que o empreendedorismo seja incluído no currículo, não apenas em carreiras universitárias como também nos currículos das escolas, a partir de seu nível inicial – a fim de formar alunos mais inovadores.

O setor governamental, tanto central como municipal, identificou dois pontos importantes para incentivar o espírito empresarial: a formulação de programas e projetos de escala nacional, regional e municipal que incorporem a pesquisa e a inovação; e a criação de Sistemas de Informação que conectem os três níveis (Universidade-Governo-Empresa), identificando potencialidades e necessidades das regiões e divulgando projetos e programas relacionados ao empreendedorismo.

Também se estabeleceu a importância de que o Estado, empresários e organizações internacionais unam esforços para promover a cultura empreendedora, a capacidade inovadora e a melhoria do capital de financiamento para novos empreendimentos.

Série de Fóruns

O Fórum Internacional Bolívia Empreende: o Papel das Universidades e Sua Capacidade Empresarial, realizado em La Paz, foi o primeiro de uma série regional de eventos incentivados pelo CAF com o objetivo de promover o desenvolvimento do empreendedorismo em todas suas etapas. Os outros fóruns serão realizados entre maio e novembro na Colômbia, Equador, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela. Os temas centrais serão o financiamento, a formação e o empreendedorismo corporativo.

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