Vamos todos nos conectar digitalmente com a outra metade da América Latina

Exatos 46% da população não têm acesso a serviços derivados da conectividade digital, como telemedicina, teleducação, sites governamentais, internet banking, entre outros. A atual conjuntura da economia digital na ALC será discutida na Conferência sobre Infraestrutura para o Desenvolvimento da América Latina, a ser promovida pelo CAF, em 26 de abril, no Hotel Alvear Icon Buenos Aires, na Argentina.

17 de abril de 2018

A América Latina e o Caribe (ALC), como região, enfrentam o desafio de expandir seu ecossistema digital para atingir um estágio de desenvolvimento mais avançado e alcançar taxas mais altas de produtividade. Para que isso seja possível, faz-se necessário ampliar o ritmo de investimento na infraestrutura de telecomunicações, para suportar um verdadeiro processo de transformação digital nas economias da região.

Apesar do avanço na cobertura da internet na ALC nos últimos anos, 288 milhões de pessoas ainda não têm acesso a este serviço na região. Isso significa que exatos 46% da população não têm acesso a serviços derivados da conectividade digital, como telemedicina, teleducação, sites governamentais, internet banking, entre outros. Em termos de capacidade e qualidade das redes, os desafios continuam significativos. Apenas 4 de 10 agregados familiares contam com conexão de banda larga fixa e os acessos individuais à internet não excedem 35%. A defasagem de acesso também é expressiva entre as famílias de baixa renda e nas zonas rurais, onde persistem assimetrias importantes na cobertura e acessibilidade dos serviços digitais.

Segundo o Observatório do Ecossistema e da Economia Digital do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina-, esse fenômeno estaria afetando a produtividade das empresas, levando em conta que a região possui um índice de digitalização da produção 24% menor que a OCDE, cujos países exportam 10 vezes mais serviços de TIC que a ALC. Ao precedente adiciona-se o agravante de que a região não conseguiu alcançar economias de escala para explorar o desenvolvimento digital dentro dos blocos de integração regional e comercial. A ausência de um mercado digital integrado, com alcance regional, significa que cerca de 63% do tráfego da internet na região precisa ser interconectado nos Estados Unidos, tornando o custo do acesso à internet mais caro para as famílias, governos e empresas.

Para reduzir essa lacuna, o CAF concedeu US$ 50 milhões ao Estado mexicano para a elaboração, instalação, implantação, operação, manutenção e atualização de uma rede de telecomunicações compartilhada, bem como a comercialização do serviço de telecomunicações por atacado por meio desta rede. “Desta forma, apoiamos o desenvolvimento do setor de telecomunicações no México, por meio de um modelo inovador de serviços atacadistas de telecomunicações móveis. Isso ajudará o país a melhorar seus indicadores econômicos e sociais, de forma a atender às exigências da OCDE em termos de concorrência no setor”, explicou Mauricio Agudelo, especialista sênior em Telecomunicações, Mídia Digital e Tecnologias do CAF. O projeto será executado pela empresa Altán Redes e será gerenciado pela Corporação Financeira Internacional.

Este e outros projetos que buscam encerrar o fosso digital na ALC serão debatidos no próximo dia 26 de abril, na Conferência sobre Infraestrutura para o Desenvolvimento da América Latina, organizada pelo CAF; será promovido um painel dedicado à economia digital, a ser apresentado por Andrés Ibarra, ministro de Modernização do Estado da Argentina, e Raúl Katz, presidente da Telecom Advisory Services LLC; participarão, também, Pablo Bello, diretor executivo da Associação Interamericana de Empresas de Telecomunicações (Asiet) e ex-vice-ministro de Telecomunicações do Chile, Sebastián Cabello, diretor para a América Latina da GSMA, Andrea Folgueiras, CTO da Telefónica para a América Latina, e David Ocampos Negreiros, ministro secretário-executivo da SENATICs no Paraguai; o painel será moderado por Mauricio Agudelo.O programa completo do evento e a ficha de inscrição para participar gratuitamente podem encontrados aqui.

Participe da discussão nas redes sociais usando a hashtag#Infraestructura2018.

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