US$ 25 bi nos próximos cinco anos para crescimento verde
A organização multilateral propõe uma estratégia verde que promove a ação climática, a conservação da biodiversidade, a transição energética e soluções baseadas na natureza. Nos próximos cinco anos, mobilizará recursos financeiros próprios e alinhará os interesses dos atores públicos e privados em torno da responsabilidade ambiental e social e da redução das emissões de gases de efeito estufa. O financiamento verde da instituição passará de 26% em 2020 para 40% em 2026.
Durante a COP26 em Glasgow, o CAF anunciou compromisso de alocar US$ 25 bilhões nos próximos cinco anos para operações verdes que ajudem os países da região a aumentar a resiliência climática, promover a transição energética, alcançar baixo crescimento em emissões de gases de efeito estufa e fortalecer a conservação dos ecossistemas naturais e da biodiversidade.
A instituição também pretende reforçar a mobilização de fontes de financiamento de terceiros, como a emissão de títulos e fundos verdes e climáticos, e promoverá alianças estratégicas que permitam a promoção de um trabalho coordenado entre governos, sociedade civil, organismos internacionais, ONGs e setor privado. Isso ajudará a conservar a biodiversidade, formular políticas públicas para adaptação e mitigação, fortalecer a capacidade do governo e incentivar o crescimento econômico inclusivo e ambientalmente correto.
“O planeta precisa da liderança da América Latina para garantir sua própria sobrevivência, e a região deve aproveitar sua posição para alcançar um crescimento econômico sustentado que a ajude a superar as lacunas estruturais de pobreza, competitividade e inclusão. Para fazer frente às mudanças climáticas, é fundamental adotar novos instrumentos financeiros que garantam os financiamentos atuais e atraiam novos investimentos da iniciativa privada ”, disse Sergio Díaz-Granados, presidente executivo da CAF.
Uma das primeiras ações relacionadas à nova estratégia verde do CAF é o aporte de US$ 1 milhão para reforçar o acordo entre Colômbia, Costa Rica, Equador e Panamá para a conservação do Corredor Marinho do Pacífico Tropical Leste, um ecossistema que gera US$ 3 bilhões anuais, derivados principalmente da pesca, turismo e transporte marítimo.
Além disso, o CAF construirá uma plataforma de mobilização de fundos climáticos e ambientais que, no período 2021-2026, permitirá mobilizar pelo menos U$$ 1,5 bilhão em financiamentos à região e, paralelamente, criará um HUB para o Caribe, em Trinidad e Tobago, que dará ênfase especial às questões ambientais e à prevenção de desastres naturais na região.
O CAF desempenha um papel de liderança no IDFC (International Development Finance Club), organização que conta com 26 membros que trabalham juntos para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os compromissos do Acordo do Clima de Paris, unindo forças para promover e aproveitar as vantagens do Investimento em Desenvolvimento sustentável em todo o mundo. Também é credenciado aos principais fundos verdes de financiamento global, como o Fundo de Adaptação, o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e o Fundo Verde para o Clima (GCF), apoiando assim seus países membros na implementação de projetos que contribuam para o cumprimento de seus compromissos ambientais e climáticos.
Linhas estratégicas do banco verde da América Latina
O CAF está comprometido em converter-se o banco verde da América Latina, por meio de uma série de linhas estratégicas, que se resumen nos seguintes pontos:
- Carteira de operações verdes que contemplem intervenções em capital natural e medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Isso implica linhas de crédito outorgadas às instituições financeiras intermediárias com às quais o CAF trabalha em seus países acionistas.
- Alianças estratégicas com investidores e aliados internacionais, como fundos especializados, bancos e setor privado para captar e movilizar novos recursos.
- Instrumentos financeiros inovadoress que permitam otimizar o uso do capital.
- Novas alianças com universidades, fundações, ONGs, governos subnacionais para troca de conhecimento e melhores práticas.
- Criação de una plataforma regional para combater a crise climática e a perda da biodiversidade.
- Coordenação de atores locais como base das ações climáticas.
- Financiamento verde nos mercados de capitais sob o marco do Programa de Títulos Verdes do CAF.
- Transição do tecido empresarial para modelos de produção sustentáveis e resilientes, que cumpram os compromisos de redução de gases de efeito estufa e potencializem a produtividade, a inovação e a digitalização.
- Apoio à formação de um mercado regional de carbono, que canalize recursos internacionais em favor da transformação produtiva, sustentável e resiliente na América Latina e no Caribe.