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Observatório de Mobilidade Urbana da CAF irá incorporar várias cidades bolivianas
“Os sistemas de transporte público são elementos centrais que definem as dinâmicas de desenvolvimento urbano, por isso a mobilidade nas cidades se converte em um fator determinante para a produtividade econômica e a qualidade de vida das populações”, afirmou Emilio Uquillas, diretor-representante da CAF na Bolívia.
Agregou ainda que com o OMU a Instituição oferece uma ferramenta que permite aos encarregados do âmbito do transporte urbano em cada município conhecer tanto as melhores práticas e as boas políticas executadas em áreas metropolitanas grandes e médias da região como as experiências não recomendadas registradas em outros países.
No encontro com as autoridades nacionais e locais e representantes de outras instâncias relacionadas, foi apresentada a metodologia de análise da mobilidade das pessoas nas cidades e as propostas existentes para seguir trabalhando. “A CAF, por meio do Observatório de Mobilidade, complementa o trabalho com apoio técnico na criação de conceito, desenho e implementação de projetos de investimento para o desenvolvimento dos sistemas de transporte urbano”, adicionou Uquillas.
A primeira fase do trabalho realizado pelo OMU corresponde à informação de 15 áreas metropolitanas de nove países da região. Para o levantamento de dados foram levados em conta 11 variáveis, entre as quais figuram: dados socioeconômicos, infra-estrutura, mobilidade, transporte público, tarifas, energia e contaminação, entre outros.
A palestra de apresentação do OMU teve a presença do vice-ministro de Transportes, Edwin Marañón, que propôs que, além de La Paz e Santa Cruz, sejam incorporadas ao Observatório da CAF as outras cidades capitais de departamentos, particularmente o município de Cochabamba, levando em consideração de que também é uma cidade metropolitana que já apresenta problemas de trânsito e congestionamento.
Também participaram da apresentação Eduardo Vasconcellos, consultor brasileiro especialista em Transporte Urbano e Segurança Viária, e Nicolás Estupiñan, executivo-chefe da Diretoria de Análise e Programação Setorial Região Sul da CAF.
René Chávez, responsável pelo programa de Mobilidade e Transporte do Município de La Paz, assegurou já iniciou as movimentações para que o OMU da CAF incorpore La Paz no trabalho que será desenvolvido na segunda fase.
Dados
As cidades incluídas na primeira fase são: Buenos Aires (Argentina), Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo (Brasil), Santiago (Chile), Bogotá (Colômbia), San José (Costa Rica), Ciudad de México, Guadalajara e León (México), Lima (Peru), Montevideo (Uruguai) e Caracas (Venezuela).
As cidades que a CAF propõe que entrem para o Observatório na segunda fase são: Brasília, Fortaleza e Recife (Brasil), La Paz e Santa Cruz (Bolívia), Pereira (Colômbia), Quito (Equador), San Salvador (El Salvador), Ciudad de Panamá (Panamá) e Asunción (Paraguai).
Alguns dados
O trabalho realizado pelo OMU resultou em alguns dados interessantes como o fato de que de todas as áreas metropolitanas de grande tamanho observadas, Lima (Peru) parece ser a que tem uma oferta de transporte público mais completa e é a que enfrenta as condições mais difíceis.
Também foi possível conhecer que nas áreas metropolitanas são realizadas diariamente cerca de 214 milhões de viagens. A maior parte destes deslocamentos são feitos a pé (28%) ou utilizando o transporte coletivo (43%). Em algumas áreas metropolitanas, o uso do automóvel é elevado, como em Buenos Aires e São Paulo. Dentro do âmbito do transporte coletivo, os ônibus e microônibus satisfazem a maior parte da demanda (68 milhões de viagens por dia), seguidos pelos metrôs (14 milhões de viagens por dia). Diariamente, os deslocamentos consomem nos modos mais importantes de transporte 45 milhões de litros de gasolina e etanol, e 13 milhões de litros de diesel.
O OMU é uma ferramenta de análise que permite:
- Conhecer as principais características do transporte e as áreas urbanas que atende.
- Melhorar a compreensão da relação do transporte com a acessibilidade, a mobilidade e o desenvolvimento urbano.
- Melhorar a capacidade de formulação e gestão de política de transporte urbano por parte de organismos locais evolvidos na tomada de decisões sobre investimento, produção e controle social.
- Promover o intercâmbio de informação e boas práticas entre sistemas de transporte e suas cidades.
- Orientar debates sobre o assunto e permitir a participação dos atores relevantes.
- Atuar como catalisador de ações de apoio às cidades para financiar projetos e fortalecer suas capacidades.
- Estabelecer redes de cooperação regional, entre profissionais, autoridades, associações e usuários.
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