CAF e França promovem o desenvolvimento latino-americano

(Caracas, 13 de março de 2012) -. Uma delegação da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) chefiada por seu diretor adjunto, Didier Mercier, realizou uma série de reuniões com Enrique García, presidente-executivo da CAF, banco de desenvolvimento da América Latina, e com diretores da instituição financeira.

A reunião, realizada em 8 e 9 de março, teve como objetivo fortalecer a cooperação entre as duas instituições e as relações entre a União Europeia e a América Latina.

Enrique García explicou que estas reuniões fazem parte da parceria que a CAF e a AFD estabeleceram em 2009. Ele destacou o papel catalisador desempenhado pela CAF para a região. "A América Latina está numa encruzilhada decisiva para seu futuro e, se quisermos ser relevantes, devemos construir pontes de cooperação com todas as regiões e, especialmente, com a Europa."

Os desafios do desenvolvimento na América Latina

Este é o título dado ao estudo publicado pela AFD, realizado com o Institut des Amériques, graças à colaboração de mais de 15 pesquisadores especializados em América Latina, com o objetivo de contribuir para o conhecimento das características sócio-econômicas, as políticas públicas e papel do Estado na região, permitindo uma melhor compreensão das realidades dos países e suas diversidades.

"Houve um amplo consenso entre as abordagens feitas pela CAF e pela AFD, onde propomos que a região construa agendas de longo prazo para alcançar um maior crescimento, sustentado, eficiente, de criação de emprego e inclusivo", disse o presidente-executivo da CAF, no lançamento do livro, na sede da instituição financeira.

Didier Mercier, entretanto, destacou que o livro apresentado tem como objetivo fortalecer as relações entre América Latina e Europa, especialmente com a França, "historicamente enraizada nos laços culturais, intelectuais, econômicos e políticos." "A crise financeira demonstrou o peso exercido pelos países asiáticos, mas também dos latino-americanos na recuperação econômica global", acrescentou o diretor-geral adjunto da AFD.

Fatos e números

A relação entre a CAF e a AFD é traduzida em benefícios concretos para a região, por meio da promoção de projetos dos setores público e privado, com impacto positivo sobre o meio ambiente e qualidade de vida dos latino-americanos:

• Acordo de Crédito: Em outubro de 2011 foi assinado entre a AFD e a CAF uma Facilidade de Crédito de USD 260 milhões para financiar projetos nos setores de transporte, energia, água e saneamento. Com estes fundos já foram aprovados financiamentos para projetos como a Eletrobrás (Brasil) e o Programa de Transporte Urbano de Barranquilla e Montería (Colômbia).
• Acordos de Cooperação Técnica Subsidiados: Foram assinados dois acordos deste tipo como partedo apoio dado pela Comissão Europeia por meio do LAIF (Latin America Investment Facility). O primeiro, em outubro de 2010, teve a finalidade de apoiar o estudo na região de projetos da CAF na área de transportes, de preferência àqueles que têm um impacto positivo no meio ambiente e que sejam destinados a transporte coletivo. O segundo acordo foi destinado ao programa de apoio à política pública de gestão dos recursos hídricos na Colômbia.
• Acordo vinculado ao Programa de Assistência Técnica a Entes Territoriais: Assinado em dezembro de 2011 e pelo qual a AFD se vinculada ao Programa da CAF, com subsídios voltados a apoiar a sete entes territoriais colombianos na formulação de planos de desenvolvimento e identificação de projetos prioritários.
• Co-financiamento: Apoio à Estratégia de Descentralização promovida pelo Ministério da Fazenda e Crédito Público da Colômbia, de USD 400 milhões, e financiamento parcial do projeto Transmilênio III, na Colômbia, de USD 272 milhões.
• Participação da CAF no Proparco: Em outubro de 2011, a CAF adquiriu 2,5% do capital da Proparco (Promotion er Participation pour la Coopération Economique), instituição financeira cujo principal acionista é a AFD. Esta operação abriu novas e importantes oportunidades para alavancar os negócios no setor privado da região, o que levará a maiores fluxos de financiamento e investimento, atraindo assim mais capital para setores chave da economia.